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Festival de Montreal projeta 50 filmes latinos em sua 35ª edição

O ator Tsuyoshi Ihara, que vive o protagonista Takahashi no longa "Corações Sujos"; filme representa o Brasil em Montreal  - Mario Miranda/Divulgação
O ator Tsuyoshi Ihara, que vive o protagonista Takahashi no longa "Corações Sujos"; filme representa o Brasil em Montreal Imagem: Mario Miranda/Divulgação

18/08/2011 18h46

Washington, 18 ago (EFE).- O Festival de Filmes do Mundo de Montreal iniciou nesta quinta-feira sua 35ª edição, na qual aposta no cinema independente latino com a projeção de 50 filmes de Espanha, Argentina e México, entre outros países.

O evento projetará até o próximo dia 28 um total de 383 produções de mais de 70 países com as quais reafirmará sua vontade de se manter afastado das luzes de Hollywood e impulsionar atores e diretores que ainda não puderam ultrapassar as fronteiras de seus países de origem.

"Nossa razão de ser é a diversidade, e tentamos levá-la ao Canadá, onde o cinema americano monopoliza a maior parte das telas", explicou à Agência Efe a diretora geral do festival, Danièle Cauchard.

Entre os 50 filmes latinos apresentados, dois deles competirão na seleção oficial de longas-metragens: o brasileiro "Corações Sujos", de Vicente Amorim, e o espanhol "Cinco metros cuadrados", de Max Lemcke.

O longa de Amorim, inspirado no livro homônimo de Fernando Morais, vencedor do Prêmio Jabuti em 2001, retrata como a comunidade de imigrantes japoneses no Brasil se negou a acreditar que seu país de origem tenha perdido a Segunda Guerra Mundial.

Entre os documentários latinos, o destaque vai para "America", de Sonia Fritz, que narra a história de uma mulher que abandona o Caribe e começa uma vida nova em Nova York para escapar do marido que a maltrata.

Dessa forma, o evento de Montreal reafirma sua postura distante das produções de Hollywood, enquanto o Festival Internacional de Cinema de Toronto é considerado o laboratório onde são testadas as campanhas para as nomeações do Oscar.

Embora a crítica e a imprensa se empenhem em confrontá-los, Danièle rejeita qualquer rivalidade entre os dois eventos canadenses: "Nosso festival não tem nada a ver com o de Toronto", declarou.

Assim, com a batalha pelo tapete vermelho descartada, o Festival de Montreal defenderá seu papel como plataforma do talento independente e espelho da realidade social através do cinema.