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Hollywood se esforça mais em vender filmes do que em fazê-los, diz Willem Dafoe

Ator norte-americano Willem Dafoe no Festival de Cinema de Santiago do Chile (22/08/2011) - EFE
Ator norte-americano Willem Dafoe no Festival de Cinema de Santiago do Chile (22/08/2011) Imagem: EFE

23/08/2011 07h14

Santiago do Chile, 22 ago (EFE).- O ator americano Willem Dafoe considera que, devido à crise econômica global, a indústria cinematográfica de Hollywood produz cada vez menos filmes, mas de maior orçamento, o que exige mais esforços em vendê-los do que em realizá-los.

"Hollywood está fazendo poucos filmes, e os que faz, são muito grandes, e isso exige muito esforço para vendê-los. Há mais energia colocada nos recursos e em vender os filmes do que em fazê-los", criticou Dafoe, em declarações dadas nesta segunda-feira, durante a apresentação do filme "A Woman" no Festival de Cinema de Santiago do Chile (Sanfic 7).
 
"Também há pessoas que lutam para fazer filmes fora de Hollywood. Na América do Norte, há filmes grandes e pequenos, mas não intermediários, o que é uma pena, porque aí se encontra a estabilidade do discurso artístico e intelectual", acrescenta o artista.
 
Dafoe, reconhecido por suas interpretações em "Homem-Aranha" e "Platoon", interpreta o papel principal de "A Woman", um filme dirigido por sua esposa, a italiana Giada Colagrande, que descreveu a obra como um "thriller psicológico" em torno de uma mulher "obsessiva" pelo amor de um homem.
 
"'A Woman' é um novo passo em meu caminho pessoal. Eu sempre exploro os mesmos assuntos, a mulher, a dualidade, o medo, entre outros", ressalta Giada, que já trabalhou com Defoe em seu filme anterior, "Viúva Negra", um filme que protagonizaram juntos.
 
"Para mim, o interesse por um projeto vem tanto das pessoas do projeto quanto do material. Eu vi o primeiro trabalho de Giada e me dei conta de que tinha uma visão que a distinguia dos demais. Simplesmente adoro trabalhar com ela", diz Dafoe sobre a relação "artística" que tem com sua esposa.
 
Ele também manifesta seu "amor" pelo cinema e explica que "nunca" trabalhou em televisão porque, segundo ele, "adora" a "linguagem louca, a poesia e o toque pessoal" da sétima arte.
 
"Você pode fazer coisas no cinema que não faz na televisão. Além disso, na televisão, não importa quão bom sejam os scripts ou as temáticas, não importa que a audiência seja enorme, você tem de fazer algo que atenda aos gostos da audiência e que satisfaça os patrocinadores", destaca.