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Festival de Veneza chega à metade com grande balanço do cinema e estrelas

Os atores John C. Reilly, Kate Winslet e Christoph Waltz posam na exibição de "Carnage" em Veneza (1/9/2011) - Claudio Onorati/EFE
Os atores John C. Reilly, Kate Winslet e Christoph Waltz posam na exibição de "Carnage" em Veneza (1/9/2011) Imagem: Claudio Onorati/EFE

05/09/2011 15h35

Veneza (Itália), 5 set (EFE).- A 68ª edição do Festival de cinema de Veneza chega à sua metade fazendo um grande balanço cinematográfico, com vários filmes - tendo "Carnage" como favorito -, e uma variedade de estrelas, como Madonna e Al Pacino, para atrair o público.

A cantora apresentou seu segundo filme como diretora - "W.E" -, e embora tenha recebido duras críticas, protagonizou a entrevista coletiva mais concorrida e algumas das imagens mais vistas do festival.

Trailer de "Contágio"


Al Pacino, que recebeu no último domingo à noite um prêmio por seu trabalho como diretor, foi outra grande estrelas da primeira semana de festival, na qual Matt Damon e Gwyneth Paltrow divulgaram, fora do concurso, "Contágio", de Steven Soderbergh.

Mas no que se refere ao principal objetivo do festival, o cinema, Veneza não poderia estar sendo mais frutífera até o momento. Com 12 dos 23 filmes em competição exibidos, o de Roman Polanski, baseado na obra de teatro "Um Deus Selvagem", de Yasmina Reza, é o favorito na pesquisa feita diariamente por um grupo de jornalistas da revista "Variety".

O filme se beneficia de um excepcional grupo de atores - Kate Winslet, Jodie Foster, Christoph Waltz e John C. Reilly - e é todo um exercício de cinema clássico. No entanto, o júri presidido pelo alternativo Darren Aronofsky e que também conta com Todd Haynes, André Techiné e David Byrne pode jogar contra o filme de Polanski.

Isto porque a bancada gostou muito de "The Ides of March", dirigido por George Clooney, que faz uma análise certeira da crueldade política.

"Shame", o segundo filme do britânico Steve McQueen, uma história de dependências e solidão, muito dura e com um cenário amargo dos que deixam seu legado, tem mais defensores, além da soberba interpretação de Michael Fassbender.

Uma história complicada que poderia ser mais do gosto do júri, como também ocorre com "Alps", segundo filme do grego Yorgos Lanthimos, que surpreendeu o mundo cinematográfico em 2009 e que agora se apresenta em Veneza como um filme às vezes emocionante e às vezes incompreensível. Quatro pessoas formam um grupo de ajuda a parentes de recém falecidos. Uma ajuda que chega em forma de substituição física da pessoa desaparecida e que também conta com uma boa atuação, a de Ariane Labed.

Trailer de "O Espião que Sabia Demais"


A todos estes se uniram nesta segunda-feira outros dois filmes de excelente bilheteria. "O espião que sabia demais", uma história de espiões, clássica e moderna ao mesmo tempo, adaptação do escritor John Le Carré, que tem a Guerra Fria como pano de fundo e conta com outro time excepcional: Gary Oldman, Colin Firth e John Hurt.

"Tao Jief" ("A simple life"), de Hong Kong, uma suave e dura história da velhice e relações familiares com uma igualmente brilhante protagonista, Deanie Hip, também se destacou.

Não se pode descartar ainda que algum prêmio ganhe sotaque italiano, já que estamos em Veneza. E "Terraferma" ("Terra Firme", em tradução livre), de Emanuele Crialese, agradou bastante em casa.

No hall das interpretações, Fassbender, protagonista de "Shame" e de "A dangerous method", se postulou como forte candidato, com permissão de Cristoph Waltz em "Carnage".

No ala feminina, a chinesa Hip, por "Tao jie", a grega Ariane Labed ("Alps") e a italiana Donatella Finocchiaro ("Terraferma") são as mais destacadas. Sem esquecer Kate Winslet, que apresentou três excelentes trabalhos em Veneza, embora só um em competição, "Carnage".

Mas ainda há muito cinema por ver em Veneza, como os filmes de Andrea Arnold, Aberl Ferrara, Alexander Sokurov e William Friedkin.