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Banderas afirma que não tem ressentimentos por ser eterno indicado a prêmios

Almodóvar e Antonio Banderas em momento de descontração no set de A Pele Que Habito - Divulgação/Paris Filmes
Almodóvar e Antonio Banderas em momento de descontração no set de A Pele Que Habito Imagem: Divulgação/Paris Filmes

Madri

11/01/2012 15h27

Antonio Banderas foi indicado ao Goya pela quarta vez graças a seu reencontro com Pedro Almodóvar em "A pele que habito", mas, da mesma forma como aconteceu com o Globo de Ouro, o Emmy e o Tony, até agora nunca recebeu o prêmio.

"Sou um eterno nomeado, mas não me sinto mal por isso", afirmou. "O fato de terem me indicado em muitas ocasiões entre vários trabalhos produzidos em um ano já é para mim uma satisfação muito grande. Ninguém me deve nada", acrescentou o ator por telefone à Agência Efe de Los Angeles.

Banderas foi indicado pela primeira vez ao Goya em 1986 por sua atuação em "Matador", depois em 1991 com "Ata-me" e em 1997 com "Quero Dizer Que Te Amo". "Durante muitos anos não trabalhei muito no cinema espanhol", disse o ator para justificar sua ausência nos prêmios do cinema do país por 14 anos.

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O ator disputará o prêmio com José Coronado, por "Não Haverá Paz Para Os Malvados", Daniel Brühl, por "Eva", e Luis Tosar, por "Enquanto Você Dorme". "Não acredito na competição no mundo da arte, onde tudo é subjetivo. Não tenho medo dos meus rivais, mas muito respeito", destacou.

"É muito bom estar entre os melhores deste ano no cinema espanhol. E foi incrível, após tantos anos sem trabalhar com Pedro, como ele descobriu em mim uma forma de interpretar diferente, a parte mais econômica", ressaltou.

O presente que Almodóvar deu a Banderas atende pelo nome de doutor Robert Ledgard, o vulnerável psicopata cuja frieza cirúrgica é descoberta por sua vítima, Elena Anaya. "A pele que habito" concorre no total a 16 prêmios, o que posiciona o filme como favorito a essa 26ª edição dos prêmios do cinema espanhol.

"Esse personagem me tocou. Foi uma lição que recebi de Almodóvar após 22 anos. Ele sempre me presenteia com um mundo de reflexão", disse.

Sempre simpático e contente, Banderas afirmou que não se importa que sua estante não esteja cheia de prêmios consagrados - quase ganhou o Globo de Ouro com "Evita", "A Máscara do Zorro" e a série "Pancho Villa" - já que nunca pensou em chegar tão longe nem em Madri nem em Hollywood.

"Minhas aspirações não eram tão grandes no início da minha carreira. Sempre viajo com uma mala cheia de agradecimentos", disse.

Com os novos filmes de Steven Soderbergh e Jean Jacques Annaud, um novo projeto como diretor e produzindo uma série de televisão protagonizada por sua mulher, Melanie Griffith, Banderas quer continuar tendo a liberdade de não fazer nada de que não goste. "A palavra mais importante que aprendi em Hollywood é 'não'", concluiu.