Novato, francês Michel Hazanavicius tenta roubar a cena em disputa pelo Oscar de Melhor Direção com "O Artista"

Diretor de "O Artista", o francês Michel Hazanavicius aparece como o grande favorito ao Oscar de melhor direção, categoria que também tem como concorrentes os veteranos Martin Scorsese ("A Invenção de Hugo Cabret"), Alexander Payne ("Os Descendentes"), Woody Allen ("Meia-Noite em Paris") e Terrence Malick ("A Árvore da Vida").

Caso sua vitória se concretize, Hazanavicius levaria a estatueta logo em sua primeira participação na entrega dos prêmios da Academia de Hollywood. Conheça os indicados na categoria.

MICHEL HAZANAVICIUS: O pai do artista.

O diretor francês Michel Hazanavicius, de 44 anos, demonstrou que fazer um longa-metragem de cinema mudo e em preto e branco em pleno século XXI não é uma má ideia, já que seu filme "O Artista" obteve dez indicações ao Oscar, incluindo a de melhor filme.

Essa aposta pessoal resultou em inúmeras indicações de melhor diretor, melhor roteiro original e melhor edição, um recorde para um cineasta que jamais tinha disputado um Oscar. Hazanavicius ganhou o prêmio de direção no Bafta, no Critics' Choice Awards e foi nomeado o melhor diretor do ano pelo sindicato de diretores dos EUA, o Directors Guild of America (DGA), espécie de prévia do Oscar.

MARTIN SCORSESE: Indicado até em 3D.

Enquanto o jovem Hazanavicius optou por um filme de estilo antigo, o veterano Martin Scorsese, de 69 anos, optou pelo caminho da modernidade com "A Invenção de Hugo Cabret", um filme que esmiúça a criação do cinema através de uma fábula em 3D. Ao contrário de Hazanavicius, Scorsese é acostumado com a disputa do Oscar, porém só ganhou um, em 2006, com "Os Infiltrados"

A primeira indicação ao prêmio de melhor diretor para Scorsese veio com "O Touro Indomável" (1980), seguido de "A Última Tentação de Cristo" (1988), "Os Bons Companheiros" (1990), "Gangues de Nova York" (2002), "O Aviador" (2004) e "Os Infiltrados" (2006), até chegar "A Invenção de Hugo Cabret", seu primeiro filme em 3D e que já resultou no Globo de Ouro de melhor direção.

ALEXANDER PAYNE: Um prêmio ao cotidiano.

Alexander Payne é um desses roteiristas que gostam de dirigir suas próprias histórias, que, em geral, giram em torno de personagens cotidianos. O talento de Payne, de 51 anos, é sem dúvida relacionado à sua capacidade de emocionar e interessar o público com o que aparentemente passaria despercebido.

Dos cinco filmes dirigidos e escritos por ele - exceto o primeiro, ("Ruth em Questão") -, todos foram indicados a um Oscar. Em seu trabalho mais recente, "Os Descendentes", o diretor concorre aos prêmios de melhor produtor, direção e roteiro.

WOODY ALLEN: O eterno ausente.

O reconhecido cineasta nova-iorquino é um dos que mais recebeu indicações ao Oscar entre os candidatos nesta categoria. No total, foram 23 disputas e três vitórias. Ele recebeu sete indicações ao prêmio de direção; 15 como roteirista e apenas um como ator, em "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa".

"Meia-Noite em Paris", sua última produção, concorre a quatro estatuetas neste ano, entre elas a de melhor filme, melhor direção de arte, assim como direção e roteiro, ambas para o próprio Allen, que aos 76 anos segue surpreendendo o público com seus filmes. Apesar do número de indicações, Allen não costuma marcar presença nas cerimônias de premiação.

TERRENCE MALICK: O poeta da sétima arte.

Desde que rodou seu primeiro curta, em 1969 ("Lanton Mills"), até os dias de hoje, o cineasta texano dirigiu apenas cinco filmes, uma média muito baixa para quem está em Hollywood. No entanto, Malick se caracterizou justamente por sua distância da indústria cinematográfica.

Esse distanciamento contribuiu para transformar o diretor em uma espécie de lenda, já que é considerado um dos atuais mestres da sétima arte. Seu último filme, "A Árvore da Vida", confirma seu talento e aparece com três indicações ao Oscar 2012: filme, diretor e fotografia.