Hollywood encontra seu novo herói galáctico em "John Carter"
Um século depois do romancista Edgar Rice Burroughs ter dado vida ao audacioso John Carter em suas histórias de ficção científica, a Disney ressuscita esse personagem com uma superprodução estrelada por Taylor Kitsch.
O filme "John Carter - Entre Dois Mundos", que estreia nesta sexta-feira, nos Estados Unidos, chega aos cinemas com a obrigação de justificar seu grande orçamento, algo em torno de US$ 250 milhões - quantia equivalente ao "Homem-Aranha 3".
MARCIANO DE QUATRO BRAÇOS
Willem Dafoe já interpretou de Jesus Cristo a Duende Verde. Agora, o ator de 56 anos encarna um marciano Thark, de 2,7 metros e quatro braços.
A seu favor aparece a obra em que o filme está baseado, o primeiro livro da série "Barsoom", assinada por Burroughs. Este mesmo autor já serviu de inspiração para George Lucas e James Cameron criar as aventuras galácticas de "Guerra nas Estrelas" e "Avatar", respectivamente.
O fator negativo, por outro lado, destaca uma confusa campanha de divulgação - centrada de modo excessivo no dinheiro investido, o que pode gerar a errônea sensação de que se trata de mais um "Fúria de Titãs" -, assim como a falta de rostos famosos em seu elenco.
Esses problemas, no entanto, são solucionados pela capacitada equipe do filme, que conta com direção de Andrew Stanton. Especialista em animação, o diretor começa a se ambientar com as produções de carne e osso em "John Carter".
Vencedor de dois Oscars, com "Wall-E" e "Procurando Nemo", e roteirista da saga "Toy Story", Stanton assumiu a adaptação do roteiro e também soube equilibrar a ação em 3D com as emoções reais dos personagens, o que faz com que seu filme funcione.
A trama gira em torno de um soldado da Guerra Civil dos Estados Unidos, John Carter, que é teletransportado acidentalmente para Marte (Barsoom). Lá, o soldado descobre o amor e termina entrando em uma batalha milenar para apoiar os habitantes locais.
Carter (Taylor Kitsch), que adquire poderes sobrenaturais graças a uma força da gravidade zero, acaba se transformado no único capaz de salvar o planeta vermelho.
"O mais importante na hora de interpretar John Carter foi usar o coração e buscar um redescobrimento de si próprio", contou Kitsch em declarações à Agência Efe.
O ator canadense, conhecido pela série de televisão "Friday Night Lights", diz que se entregou de corpo e alma para a realização deste projeto. A dedicação foi tanta que Kitsch realizou 98% das cenas perigosas sem o uso do duble. Apesar de ter causado alguns pequenos machucados, essa atuação parece que valeu a pena.
"Acho que ninguém mais poderia ter feito da mesma forma que as cenas exigiam. Gosto de me entregar totalmente aos meus personagens e esse foi um deles", comentou Kitsch, que chegou a sofrer entorses, contusões musculares e, inclusive, cortes no peito.
"O mais duro foi aprender a caminhar (com gravidade marciana). Estávamos no leito seco de um rio em Utah e foram sete horas de golpes. A sequência de saltos com os gigantes gorilas brancos foi incrível. Surpreendeu-me o fato de terem me deixado fazer e, pouco tempo depois, parecia que ia ficar sem tornozelos", explicou o ator.
Apesar de todos os esforços, Kitsch disse estar preparado para voltar a encarnar Carter na sequência que já está planejada por Stanton. Dependendo da resposta da bilheteria, o mais provável é que "John Carter - Entre Dois Mundos" seja uma trilogia.
O elenco do filme é completo pela atriz Lynn Collins ("A Casa do Lago"), que vive a indomável princesa marciana Dejah Thoris, Dominic West ("A Escuta") e Mark Strong ("Sherlock Holmes"), além dos irreconhecíveis Willem Dafoe ("Homem-Aranha") e Thomas Haden Church ("Homem-Aranha 3"), ambos como alienígenas.
Depois de "John Carter - Entre Dois Mundos", Kitsch estrelará "Battleship", outra grande aposta de Hollywood, e também "Savages", de Oliver Stone, uma coleção de filmes que beiram os US$ 500 milhões de orçamento e que farão dele um dos atores mais populares do ano.
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