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Após prejuízo com "John Carter", Hollywood comprova fracasso em temáticas marcianas

Cena do filme "John Carter", de Andrew Stanton - Divulgação
Cena do filme "John Carter", de Andrew Stanton Imagem: Divulgação

Fernando Mexía

Da EFE, em Los Angeles

23/03/2012 09h48Atualizada em 23/03/2012 13h11

Apesar de seu heroísmo e seus efeitos especiais, o filme "John Carter - Entre Dois Mundos" se transformou em um grande desastre de bilheteria e passou a engrossar a lista dos famosos fracassos de Hollywood em suas histórias sobre Marte.

Nesta semana, a Disney reconheceu que o filme deverá gerar aproximadamente US$ 200 milhões em prejuízos em suas contas trimestrais devido ao seu elevado custo --estima-se que só em sua produção foram investidos US$ 250 milhões-- e a falta de interesse do público.

Até o momento, o filme, de Andrew Stanton, arrecadou US$ 54 milhões nos Estados Unidos, o principal mercado mundial do cinema, e US$ 126 milhões ao redor do mundo, uma espécie de consolo para Disney, que, em 2011, sofreu outro golpe da bilheteira com o também alienígena "Marte Precisa de Mães".

Sob direção de Robert Zemeckis, esse filme de animação realizado com atores reais e sensores de captação de movimento foi elaborado com um orçamento de US$ 150 milhões, porém, só conseguiu arrecadar US$ 39 milhões.

A temática marciana já tinha sido uma decepção para Disney anteriormente, com títulos como "Missão: Marte" (2000) e "Meu Marciano Favorito" (1999), que foram muito abaixo das expectativas.

Marte também teve uma má passagem pela Warner em 2000, com "Planeta Vermelho", um "thriller" de astronautas protagonizado por Val Kilmer. O filme, que contou com um orçamento de US$ 80 milhões, só recuperou US$ 33 milhões nas bilheterias.

"Marte Ataca!" (1996), também da Warner, aparece como outro exemplo do fracasso marciano nas bilheterias. A comédia de ficção científica, dirigida por Tim Burton, contou com um elenco repleto de estrelas, como Jack Nicholson, Glenn Close e Pierce Brosnan, e custou US$ 70 milhões (sem incluir despesas promocionais), quase o dobro de sua arrecadação nos EUA, US$ 37 milhões.

"Marte Ataca!" só não foi pior porque conseguiu reverter a situação com sua arrecadação internacional, que elevou seu faturamento final a US$ 101 milhões.

Assinado por John Carpenter, o filme de terror "Fantasmas de Marte" (2001) parece ter assustado os espectadores, já que o longa obteve apenas US$ 14 milhões em bilheteria, a metade do valor de sua produção. O filme "Doom - A Porta do Inferno", adaptação de um jogo de videogame do mesmo nome, também pode ser apontado como outro fracasso marciano.

Além de Marte, o espaço também originou alguns fracassos de bilheterias, como "Final Fantasy" (2001), outro filme inspirado nos jogos de videogame. Distribuído pela Sony/Columbia, o filme, que contou com um orçamento de US$ 137 milhões, faturou apenas US$ 85 milhões, o que resultou no fechamento de sua produtora, Square Pictures.

Quem também tentou tirar proveito das tramas espaciais foi Eddie Murphy, ator diretamente envolvido no projeto "Pluto Nash" (2002), um filme que gastou US$ 100 milhões e arrecadou apenas US$ 7 milhões. Aliás, Eddie Murphy também assumiu outros recentes fiascos, caso de "O Grande Dave" (2008) e "Imaginem Só" (2009).

Em qualquer lista de fracassos de Hollywood não pode faltar a aventura de piratas "A Ilha da Garganta Cortada" (1995), que chegou a figurar no Livro Guinness dos Recordes como o maior desastre de todos os tempos.

"A Ilha da Garganta Cortada" custou US$ 98 milhões, arrecadou somente US$ 10 milhões e ainda quebrou a sua produtora, Carolco Pictures.

Anteriormente, fracassaram "Ishtar" (1987), de Warren Beatty e Dustin Hoffman; "Inchon" (1981), com Laurence Olivier, e o clássico "Cleópatra" (1963), uma obra faraônica ganhadora de quatro prêmios Oscar. O filme, lançado em 1963, custou US$ 44 milhões e em seu ano de estreia alcançou somente US$ 26 milhões nas bilheterias americanas.