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Há 25 anos morria Rita Hayworth, a "deusa do amor" do clássico "Gilda"

Rita Hayworth - Arquivo Folhapress
Rita Hayworth Imagem: Arquivo Folhapress

Fernando Mexía

15/05/2012 13h11

Filha de um dançarino espanhol, Margarita Demorado deixou de ser uma simples dançarina de Tijuana para se transformar em mito como Rita Hayworth, a atriz que erotizou Hollywood e morreu de vítima de Alzheimer há 25 anos.

Sua carreira artística - conduzida pelos patrões do "star system", fórmula maquiavélica da indústria de cinema para fabricar estrelas -, começou de maneira forçada pelo seu pai e foi moldada pelos estúdios cinematográficos até começar a dar frutos na década de 1940.

O filme "Ao Compasso do Amor" (1941), marcado pela parceria com Fred Astaire, deu muita fama e reconhecimento a atriz, que, por sua vez, chegou a virar capa da revista "Time". Mas, somente em 1946, com "Gilda", a atriz começou a se transformar em uma lenda a base de sensualidade e números musicais, a chamada "deusa do amor".

Filha de Volga Haworth e Eduardo Demorado, que tinha chegado aos EUA em busca de melhores condições cinco anos antes, a atriz nasceu em Nova York, no dia 17 de Outubro de 1918. A jovem de origem hispânica estreou como dançarina aos 12 anos no grupo fundado por seu pai, "The Dancing Demorados". Com este, a atriz se mudou para Tijuana (México) com a intenção de se aproximar do florescente mundo da sétimo arte.

Aos 16 anos, a então Margarita fez sua primeira aparição nas telas com o filme mexicano "Cruz Diablo" e conseguiu atrair a atenção de um executivo da Fox que a conduziu em direção às grandes produções com "Dante's Inferno" (1935).

Até 1937, Margarita ainda não havia mudado seu nome de Demorado para Hayworth, uma decisão que chegaria depois que seu primeiro marido, Edward Judson, alcançasse um contrato com a Columbia Pictures. A partir do acordo com o produtor Harry Cohn, a atriz se transformou em Rita Hayworth.

Desta forma, a nova Rita se desfez de suas referências latinas para deixar a imagem de exótica e poder receber papéis principais, incorporou uma "y" no sobrenome de sua mãe por motivos comerciais e mudou todo seu visual, tingindo seus cabelos de ruivo.

A atriz também que teve que perder muito peso para se enquadrar no perfil de Hollywood, onde suas curvas marcariam os padrões de beleza por mais de uma década.

Assista ao trailer de Gilda:
 


Após o êxito de "Ao Compasso do Amor", Rita se divorciou de Judson e casou mais quatro vezes: o seguinte foi com o gênio cinematográfico Orson Welles, que se obcecou com ela, o mesmo que o príncipe Ali Khan com quem a intérprete tratou de fugir do mundo do cinema. Mais tarde, ele ainda se casaria com James Hill e Dick Haymes.

No entanto, nenhum dos maridos esteve por mais de 5 anos ao lado de Rita, que teve homens infiéis e não teve sorte, apesar de toda sua popularidade. "Se isto é o que chama felicidade, a verdade é que não sei o que pensar da felicidade", comentou Welles sobre a vida da atriz após o divórcio.

Rita Hayworth protagonizou títulos como "Minha Namorada Favorita" (1942), "Seis destinos" (1942), "Modelos" (1944), "Tonight and Every Night" (1945), embora sua paixão com Glenn Ford em "Gilda" (1946) foi o que a transformou em símbolo sexual.

Após a morte da atriz, Ford reconheceu que se relacionou com Rita durante as filmagens porque "era impossível não voltar louco por ela", qualificando sua companheira de trabalho como a atriz mais sensual da história de Hollywood.

"Eles se vão para cama com Gilda e acordam comigo", disse Rita ao comentar sobre como seu personagem estava relacionado com sua pessoa.

Em sua filmografia posterior a "Gilda" figura filmes como "A Dama de Shangai" (1947), com Orson Welles; "Meus Dois Carinhos" (1957), com Frank Sinatra, e "O Mundo do Circo" (1964), com John Wayne. Apesar do grande número de títulos, a carreira da atriz foi apagando lentamente à medida que o Alzheimer se desenvolvia.

Em 1979, Rita já se encontrava com a saúde bastante debilitada, ainda mais com o consumo exagerado de bebidas alcoólicas. Antes de sua morte em 1987, sua filha Yasmin Aga Khan cuidou muito da mãe, que, por sua vez, só "gritava e insultava" a filha por causa de sua visível deterioração.