Mesmo ausentes, Woody Allen e Roman Polanski participam da abertura de Cannes
Mesmo distantes da cidade francesa, os diretores Woody Allen e Roman Polanski marcaram presença na abertura do Festival de Cannes nesta quarta-feira (16) como tema central de dois documentários que abordam suas obras, biografias e escândalos da vida privada.
Apesar de estarem fora da competição desta edição, os reconhecidos cineastas viraram assunto em Cannes por causa dos filmes "Woody Allen, a documentary" e "Roman Polanski: A film memoir", que não acrescentam praticamente nada que não se conheça da intensa trajetória desses dois cineastas.
Alérgico aos festivais de cinema, como descreve o documentário dirigido por Robert B. Weide - um especialista neste gênero -, Allen voltou novamente a Cannes e, excepcionalmente, para falar de sua vida pessoal.
"Nunca pensei que seria válido fazer um documentário sobre ele", declara Weide em uma nota publicada pelos distribuidores do filme, a qual também relata que o diretor nova-iorquino pediu para revisar o documentário antes de seu lançamento.
No entanto, Allen só pediu para eliminar algumas cenas de seus conhecidos monólogos sobre cenário, deixando as referências ao divórcio com a atriz Mia Farrow passarem despercebidas.
O documentário de Weide explora a maneira como Allen trabalha e dirige os atores, alguns deles também falam sobre sua experiência com o diretor no documentário. Desta forma, aparecem Penélope Cruz, Naomi Watts, Owen Wilson e Diane Keaton, que descrevem alguns detalhes pessoais da vida de Allen entre inúmeras cenas de seus 41 filmes.
Já Mia Farrow, atriz que segue sendo admirada publicamente por Allen, não aceitou o convite do documentarista e não aparece no filme.
Já o filme sobre Polanski, dirigido por Laurent Bouzereau, apresenta o diretor franco-polonês em sua casa de Gstaad (Suíça). As imagens acompanham uma entrevista de quase 15 horas feita por seu amigo, o produtor britânico Andrew Braunsberg.
O documentário aborda de maneira minuciosa toda infância do diretor franco-polonês, contadas pelo próprio Polanski na sala de seu chalé durante seu período de prisão domiciliar em 2009, que precedeu à decisão da Justiça helvécia de não extraditá-lo aos Estados Unidos.
O polêmico episódio das relações sexuais com Samantha Gaimer em 1977, quando a mesma tinha 13 anos e pelo que se reivindicava seu envio aos EUA, também é abordado neste filme e com declarações da própria mulher, que, por sua vez, afirma ter perdoado Polanski e compreender o assédio dos "paparazzi".
O documentário também detalha os primeiros anos de vida de Polanski com passagens de seus filmes, uma espécie de vínculo entre os detalhes de sua vida pessoal e as cenas de seus filmes, como "O Pianista".
Apesar de inusitado, este fato não chega a ser estranho, já o documentário traz à tona muitos elementos íntimos de sua terrível experiência na Cracóvia, assim como no filme protagonizado por Adrien Brodi em 2002.
Os dois documentários, amáveis com ambos os cineastas, servem para ilustrar suas conflituosas relações com a imprensa e a intromissão em suas vidas privadas.
Allen evitará o festival, onde exibiu "Meia Noite em Paris" no último ano, mas Polanski não. Ao lado de Nastassja Kinski, o diretor franco-polonês deverá chegar a Cannes no próximo dia 21 de maio para apresentar a versão restaurada de "Tess" (1979).
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