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Em Cannes, Benicio del Toro critica dificuldade de americanos viajarem para Cuba

O ator e diretor Benicio Del Toro chega à exibição do filme "7 Dias en la Habana" na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2012 (23/5/12) - Anne-Christine Poujoulat/AFP Photo
O ator e diretor Benicio Del Toro chega à exibição do filme "7 Dias en la Habana" na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2012 (23/5/12) Imagem: Anne-Christine Poujoulat/AFP Photo

Alicia García de Francisco

Da EFE, em Cannes

24/05/2012 16h53

O ator porto-riquenho Benicio del Toro afirmou nesta quinta-feira (24), em Cannes, onde apresentou o filme "7 Días en La Habana" ("7 Dias em Havana"), que podem ser considerada um tipo de censura as dificuldades que os Estados Unidos impõem para que os cidadãos norte-americanos façam viagens à Cuba.

"Talvez a censura seja a dificuldade que uma pessoa com passaporte americano tem para viajar para Cuba. Não é fácil. É preciso pagar uma quantidade de dinheiro, é preciso pedir permissão ao governo para poder viajar, talvez pudéssemos dizer que isso é uma censura", afirmou. Segundo o ator, a autorização para viajar à ilha "pode demorar de três a quatro meses, o que não ocorre em nenhuma outra ilha do Caribe, como a Jamaica".

O filme
"7 Días en La Habana" é dividido em sete capítulos, cada um dirigido por um cineasta, entre eles Del Toro. Ao lado dele, estavam outros dois dos diretores que assinam a produção, o argentino Pablo Trapero e o espanhol Julio Medem, que destacaram que durante as filmagens, em Cuba, não sofreram nenhum tipo de censura. "Sabíamos que havia gente por perto mas não aconteceu nada", afirmou Trapero.

O objetivo do filme, que contou ainda com a participação do palestino Elia Suleiman, do cubano Juan Carlos Tabio e dos franceses Gaspar Noé e Laurent Cantet, foi mostrar a visão pessoal dos cineastas sobre Havana. Del Toro contou uma história protagonizada por um turista americano que procura festas e mulheres em Havana.

O projeto foi coordenado pelo escritor cubano Leonardo Padura, que procurou conectar cada uma das histórias para dar uma unidade ao filme, o que pode ser visto no otimismo de cada uma das narrativas, nas quais está presente o amor dos cubanos pela música, sua felicidade dentro de uma situação complicada e sua forma de rir da vida até nos momentos mais dramáticos.