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Em Fortaleza, diretor de "Febre do Rato" diz que paga "preço alto" pela autenticidade

Claudio Assis e Irandhir Santos fazem pose para os fotógrafos com seus troféus "Menina de Ouro" na festa de encerramento e entraga de prêmios do Festival de Paulínia 2011 (14/07/2011) - Aline Arruda/Divulgação
Claudio Assis e Irandhir Santos fazem pose para os fotógrafos com seus troféus "Menina de Ouro" na festa de encerramento e entraga de prêmios do Festival de Paulínia 2011 (14/07/2011) Imagem: Aline Arruda/Divulgação

08/06/2012 19h43

Fortaleza - O cineasta Claudio Assis, que disse ser incapaz de "enganar" no cinema, garantiu nesta sexta-feira (8), durante o Cine Ceará, que não acredita nos filmes feitos para receber prêmios e, para fazer filmes pessoais, paga um "preço alto". Assis participa do evento com o filme "Febre do Rato".

O título é uma expressão popular de Pernambuco, terra de Assis, que reflete um estado de vida descontrolado e é também o nome do tabloide publicado por Zizo, o poeta anarquista que protagoniza o filme, interpretado por Irandhir Santos. Rodada em preto e branco em 35 milímetros, a história se constrói ao redor de uma bela e cuidadíssima imagem vestida de poesia no universo libertário e marginal de seus personagens.

Assis, diretor de filmes que questionam o espectador e transitam em espaços incômodos da realidade, assegurou que trabalha em torno de suas próprias ideias. Além disso, acrescentou que, quando mostra cenas fortes e violentas, não o faz com o objetivo de transgredir. "Não coloco nudez para impactar, para ser transgressor", disse Assis em entrevista aos jornalistas que acompanham o festival Cine Ceará. "A vida tem nudez."

Um dos atores de "Febre do Rato", Matheus Nachtergaele, assegurou que "dentro de um cinema marginal" eles conseguiram "um projeto vitorioso".

O diretor explicou que para seu primeiro filme, "Amarelo Manga", passou sete anos "batendo nas portas" e acrescentou que o tipo de cinema que faz tem um custo elevado. "Fazer o que nós fazemos tem um preço", adiantou. "Pagamos um preço alto por fazermos o que queremos."

Assis acrescentou que "só acredita na atitude" de um filme e expressou seu "ódio" em relação às produções que têm como objetivo somar prêmios e agradar. O cineasta adiantou que seu próximo projeto cinematográfico tem uma temática "forte" e terá violência porque "a vida é assim". "Eu não sei enganar", disse.