"A independência da Escócia é um sonho romântico", diz atriz Emma Thompson
![Emma Thompson não vê sentido para a Escócia se libertar do domínio britânico - Associated Press](https://m.i.uol.com.br/celebridades/2011/03/31/emma-thompson-exibe-o-trofeu-do-oscar-na-68-edicao-do-premio-em-los-angeles-2531996-1301605646094_300x420.jpg)
A atriz britânica Emma Thompsom, que deu voz à rainha Elinor no filme de animação "Valente", considera a independência da Escócia "um sonho romântico que não faz sentido em um mundo propenso a derrubar fronteiras".
O último filme da Disney, ambientado em uma Escócia medieval e mitológica, conta a história de Merida, uma jovem e rebelde princesa que se nega a seguir os costumes e a tradição local.
A ganhadora do Oscar por "Retorno a Howards End", que dá voz ao personagem da rainha e mãe da protagonista, explicou que, para ela, a Escócia é "um lugar muito especial" -- com o qual possui muitos vínculos, já que sua mãe é escocesa.
"É incrível o que este filme conseguiu alcançar, principalmente por ter recriado cuidadosamente a paisagem e a luz característica da Escócia, que aparecem com todos seus detalhes e tonalidades", explicou.
Opinião sobre independência da Escócia
Ao ser perguntada sobre a independência da Escócia, a atriz londrina afirma reconhecer e entender "o romantismo e "a paixão" na causa nacionalista.
"É preciso levar em conta que a relação entre Escócia e Inglaterra foi beligerante. Os ingleses foram duros com os escoceses. Há tantos casos de injustiça social, repressão e superioridade que esse sentimento nacionalista se torna compreensível", opinou a atriz de 53 anos.
No entanto, Emma, uma mulher reconhecida por seu ativismo, seja com os refugiados ou com o meio ambiente, ressalta que tem "o coração dividido" na conveniência da independência, que será decidida pelos escoceses em um referendo em 2014.
"Entendo o instinto, mas me custa aceitá-lo quando as fronteiras ainda continuam causando tantos problemas. Por que vamos nos empenhar em construir uma nova fronteira entre os seres humanos se o mundo está cada vez menor e com dificuldades de convívio uns com os outros?", perguntou a atriz.
TRADIÇÃO ESCOCESA, AJUDA BRASILEIRA
Além de um sotaque escocês perfeito, a atriz também forneceu sua característica expressividade a sua personagem. Isso porque, além de dublar os personagens de animação, Emma também deu vida a eles, criados com base nos movimentos corporais e nos gestos dos atores.
Emma lembrou que durante uma dublagem não se usa somente a voz, mas também se gravam as expressões faciais e os movimentos das mãos e braços dos atores.
"É interessante, mas muito mais complicado do que estar no elenco, com figurino e os outros atores. É um desafio que exige muito da imaginação. É complicado entrar no p4apel", revelou.
Apesar das dificuldades, a atriz -- ganhadora de dois prêmios Oscar em Hollywood, um como atriz e outro como roteirista por "Razão e Sensibilidade" -- se mostrou encantada com o resultado final.
"É fascinante. Reconheço minhas expressões e inclusive a maneira com a qual movimento meus supercílios. É uma recriação, mas muito mais bonita", afirmou a atriz britânica entre risos.
A atriz reconhece ter estado um pouco afastada dos holofotes ultimamente, embora insista em dizer que não parou de trabalhar. "Agora começa a estrear tudo o que eu rodei nos últimos dois anos", justificou.
Além do novo filme da Disney e de "Homens de Preto 3", a atriz ainda encarna neste ano a rainha Elizabeth 2ª no telefilme "Walking the Dogs".
Em 2013, a atriz, que é casada e mãe de dois filhos, voltará a dar vida à advogada de direitos humanos Gareth Pierce, do filme "Em Nome do Pai (1993)", que deverá ganhar uma nova versão no próximo ano.
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