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"Bourne não é James Bond", diz Edward Norton sobre novo filme da saga

Jeremy Renner e Edward Norton em cena de "O Legado Bourne" - Divulgação
Jeremy Renner e Edward Norton em cena de "O Legado Bourne" Imagem: Divulgação

Antonio Martín Guirado

06/08/2012 16h10

A bem-sucedida saga do espião Jason Bourne volta às salas de cinema nos Estados Unidos nesta sexta-feira (10) com seu quarto filme, "O Legado Bourne", que apresenta uma conspiração em grande escala coordenada pelo personagem de Edward Norton, que, segundo disse à Agência Efe, trouxe mais autenticidade e realismo para trama.

"No gênero da espionagem há filmes muito populares, como as sagas de "007" e "Missão Impossível". Mas, a meu ver, essas histórias são de fantasia, quase de super-heróis. Bourne não é assim", comentou o ator americano.

"Os filmes de Bourne têm um tom realista e verdadeiro. Passa uma sensação de que o que se vê na tela é o que realmente ocorre no mundo em que vivemos. Essa autenticidade é o que torna a saga tão atrativa", acrescentou.

"O Legado Bourne" chega aos cinemas após passar por um intenso processo de transformação.

Sem Paul Greengrass, como diretor, e Matt Damon, como protagonista, o novo filme da saga conta com direção de Tony Gilroy, co-autor dos três primeiros anteriores da saga, e o ator Jeremy Renner, indicado ao Oscar por "Guerra ao Terror".

Já Norton encarna o personagem Eric Byer, o homem por trás dos programas de inteligência implementados pela CIA e pelo Departamento de Defesa dos EUA. Na trama, Byer decide destruir qualquer rastro de suas criações, incluídos seus agentes especiais, antes que Bourne desvende essa estrutura.

O personagem de Renner é um dos agentes do programa Outcome, designados somente para missões solitárias e de alto risco.

"Meu papel não é um vilão no sentido clássico. Este filme é diferente dos três anteriores, já que Bourne não lembrava mais o que tinha feito. No entanto, há personagens comprometidos com suas decisões. Ninguém é uma vítima", revelou o ator.

No filme, Aaron Cross (Renner) é um matador de aluguel que deve continuar tomando uma medicação para melhorar suas qualidades como super-agente, enquanto Byer (Norton) não hesita em matar as pessoas com as quais trabalhou.

"Agrada-me muito este jogo elaborado pelo diretor", declarou Norton, que indicou que decidiu se envolver no projeto para trabalhar com Gilroy.

"Sou muito fã dele. Surpreendeu-me o fato dele ter aceitado dirigir o filme, e me convenci de que seria divertido e interessante. Estou em um ponto da minha carreira no qual só quero trabalhar com gente que me agrada", afirmou o ator indicado ao Oscar por "As Duas Faces de um Crime" (1996) e "A Outra História Americana" (1998).

Constantemente qualificado como o melhor ator de sua geração, Norton sente medo deste rótulo e assegura que é uma especulação "sem peso real" para ele.

"As pessoas podem dizer coisas algumas coisas assim, mas acho que é algo mais da imprensa. Para mim não faz sentido. Aliás, para que serve? Eu não penso assim sobre os atores. Há gente ótima e com qualidades muito diferentes. Não saberia descrevê-lo e nem classificá-lo", indicou.

O que é certo é que Norton já participou de algumas sequência em sua carreira ("O Incrível Hulk", 2008), praquela ("Dragão Vermelho", 2002) e, inclusive, "remakes" ("Uma Saída de Mestre", 2003), um sintoma que poderia refletir as tendências de Hollywood atualmente, mas não para o intérprete.

"Na maioria dos casos fiz pelas pessoas que estavam envolvidas nesses projetos", apontou Norton, ressaltando essa sua tendência de trabalhar com nomes que já trabalhou e com quem deseja trabalhar, um caso que poderia reunir novamente o ator com Matt Damon, o Jason Bourne original, em uma nova sequência de "Cartas na Mesa" (1998).

"Matt e eu queremos fazer, mas é preciso que os roteiristas, Brian Koppelman e David Levien, apareçam com uma ideia genial. Mas, poderia ocorrer", reconheceu Norton, que não sabe dizer se Damon voltará à saga de Bourne. "Depende de como Tony Gilroy imagina a história e se ainda é possível conectar os pontos", apontou.

Além da ansiedade pela estreia do "O Ultimato Bourne", Norton também revelou que quer voltar a dirigir, como já fez em "Tenha Fé" (2000), embora desta vez prefira apostar em um roteiro próprio. No momento, o ator trabalha em "Undaunted Courage", uma minissérie do canal HBO sobre os exploradores americanos Lewis e Clark que, provavelmente, passará a ser rodada em um ou dois anos.

Enquanto não aparece nada capaz de motivar o ator, ele segue a espera de um convite irrecusável. "Se Pedro Almodóvar me convidasse para fazer o que for, eu iria no mesmo instante", finalizou.