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Suposto autor de filme que ridiculariza islamismo é interrogado nos EUA

Homem não-identificado é escoltado pela polícia para fora da residência de Nakoula Basseley Nakoula, em Los Angeles (15/9/12) - Bret Hartman/Reuters
Homem não-identificado é escoltado pela polícia para fora da residência de Nakoula Basseley Nakoula, em Los Angeles (15/9/12) Imagem: Bret Hartman/Reuters

15/09/2012 13h39

O cineasta Nakoula Basseley, que supostamente realizou o filme anti-islâmico "Innocence of Muslims" ("A Inocência dos Muçulmanos", em tradução literal), que causou os violentos protestos contra as missões diplomáticas dos Estados Unidos em vários países árabes, foi interrogado na noite de sexta-feira (14) por agentes federais, segundo informou hoje a cadeia "CBS".

Nakoula Bassekey, de 55 anos, foi condenado recentemente por fraude bancária e proibido de acessar a internet.

A polícia de Los Angeles, onde reside o cineasta, em colaboração com o FBI, estão investigando a possível violação de sua liberdade condicional, que poderia ter sido cometida quando Basseley colocou seu vídeo na internet.

Na quinta-feira passada, um membro da equipe de produção que trabalhou no filme assegurou que Nakoula, que se declara cristão copta, era o autor do filme.

Anteriormente, pensava-se que a pessoa por trás do vídeo era Sam Bacile, pseudônimo utilizado por um americano-isralense de 52 anos, embora houvesse dúvidas causadas pelas contradições dos depoimentos da equipe do filme, que disseram que seu autor não era judeu nem israelense.

Assista ao trailer:

O nome Nakoula Basseley aparece nos arquivos do sindicato de atores Screen Actors Guild e também em documentos judiciais de um tribunal do distrito californiano, onde são identificados três pseudônimos: Mark Basseley, Nicola Bacily e Malid Ahlawi.

Desde julho é possível ver pedaços do filme na internet, o que obrigou o YouTube a bloqueá-lo em vários países árabes para evitar novos protestos.

O elenco e a equipe do filme, formado por cerca de 80 pessoas, sustentam que foram enganados sobre o propósito do filme em testes realizados em julho do ano passado pelo produtor.

Os participantes do filme, que passou despercebido nos Estados Unidos, declararam-se "profundamente entristecidos" pelas mortes do embaixador Chris Stevens e outras três pessoas durante o ataque ao consulado americano em Benghazi (Líbia).