Ben Affleck "copia" cinema dos anos 70 em "Argo", seu novo filme como diretor

San Sebastián (Espanha), 22 set (EFE).- Ben Affleck apresentou neste sábado (22), no festival de cinema de San Sebastián, na Espanha, seu terceiro filme como diretor, "Argo, que é um relato do resgate de diplomatas americanos no Irã em 1980.

Affleck, que afirma que se inspirou e copiou o cinema dos anos 70, comentou que admira o trabalho e a coragem dos diplomatas. "Muitas vezes eles passam por situações de perigo. É uma profissão que requer muito sacrifício. Agora vimos um exemplo disso (o assassinato do embaixador americano na Líbia, Christopher Stevens). Essa classe merece uma homenagem", disse o ator, diretor, roteirista e produtor americano.

Ben Affleck, que além de diretor também atua no filme, interpreta Tony Mendez, um membro da CIA que se encarregou do resgate dos seis únicos americanos que conseguiram escapar da tomada da embaixada no Irã e se refugiaram no legado do Canadá.

O longa-metragem é baseado no plano projetado por Mendez para tirar os seis americanos do país árabe. "É uma história que ninguém acreditaria se não fosse baseada em fatos reais", disse Affleck na coletiva de imprensa após a projeção do filme.

Em "Argo", Ben Affleck conta com a companhia dos atores John Goodman e Alan Arkin, que segundo ele, salvaram as cenas nas quais o humor, a sátira e o cinismo eram essenciais.

"São atores tão sólidos que fizeram com que tudo parecesse muito real. Foi uma sorte poder contar com eles", explicou.

Arkin, ganhador de um Oscar como melhor ator coadjuvante por "Pequena Miss Sunshine", falou do que Affleck como diretor é meticuloso. Além disso, comentou sobre as mudanças em Hollywood desde os anos 70.

"No final dos anos 60 e princípio dos 70, havia uma liberdade louca. Todo mundo tinha oportunidade de dirigir. Eu mesmo rodei um filme. Agora, é cada vez mais difícil fazer filmes independentes", disse o ator.

Ainda sobre os anos 70, Ben Affleck disse que é um admirador de filmes como "Todos os homens do presidente".

"Tive uma vantagem, pois pude copiar o estilo dos meus filmes favoritos. Pude roubar descaradamente. E se falarem que 'Argo' é ruim, direi que é uma cópia dos anos 70", comentou.

Affleck disse que desconhece qual é o "segredo" para dirigir e atuar ao mesmo tempo. "A única coisa que aprendi, foi contratar pessoas mais inteligentes do que eu e ser humilde", destacou o ator americano, produtor de "Argo" ao lado de Grant Heslov e George Clooney.