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James Bond completa 50 anos de espionagens, luxo e mulheres

Daniel Craig estampa o cartaz nacional de "007 - Operação Skyfall", 23º filme do agente James Bond - Divulgação
Daniel Craig estampa o cartaz nacional de "007 - Operação Skyfall", 23º filme do agente James Bond Imagem: Divulgação

Dani Bosque

05/10/2012 08h20

Londres, 5 out (EFE).- Há 50 anos um então desconhecido Sean Connery se apresentou na telona com a frase "Meu nome é Bond, James Bond" e, após 23 filmes, o espião mais famoso do cinema continua causando furor nas bilheterias.

Nesta sexta-feira (5), completam-se 50 anos da estreia do primeiro filme do agente secreto, "007 Contra o Satânico Dr. No".

A saga não perdeu sua atualidade graças à adaptação do herói dos romances de Ian Fleming aos tempos modernos, tudo sem alterar sua personalidade: mulherengo, elegante e rebelde, embora eficiente a serviço de Vossa Majestade, a rainha da Grã-Bretanha.

FILMOGRAFIA BOND

  • Arte/UOL

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Após várias tentativas fracassadas de adaptar os livros do escritor britânico à telona - Hollywood os considerava ingleses demais -, "007 Contra o Satânico Dr. No" estreou no dia 5 de outubro de 1962 em Londres tendo o escocês Sean Connery como protagonista e Albert R. Broccoli e Harry Saltzman como produtores.

Apesar de críticas negativas e de diversas queixas pela personalidade libertária de Bond, a produção assentou as bases do futuro sucesso da saga, que já arrecadou mais de US$ 5 bilhões com os 22 títulos lançados até aqui. No próximo dia 23, a lista crescerá ainda mais com a estreia de "007 - Operação Skyfall".

Personagens recorrentes como M, Q e Moneypenny, os aparatos tecnológicos sofisticados ("gadgets") utilizados pelo espião, as "Bond Girls" - interpretada no primeiro filme pela explosiva Ursula Andress - e a fraqueza deste agente com licença para matar pelo "Martini batido, não mexido" aparecem desde o primeiro episódio da série.

Em um contexto político marcado pela Guerra Fria, as aventuras do agente 007 salvando o mundo da ameaça comunista fizeram sucesso entre o público, e títulos como "Moscou Contra 007", "007 Contra Goldfinger" e "007 - Os Diamantes São Eternos" bateram recordes de arrecadação nas bilheteiras em seus anos de estreia.


O sucesso da franquia sobreviveu também aos diferentes atores encarregados de interpretar James Bond, que mantiveram a essência do personagem ainda que tenham dado pequenas contribuições particulares: a luta de George Lazenby, a sátira de Roger Moore, a agressividade de Timothy Dalton e a insolência de Pierce Brosnan.

Pouco a pouco, os criadores da saga foram atualizando o protagonista e as histórias: atenuaram os traços machistas de seu caráter, deram um papel mais ativo aos personagens femininos, integraram o uso das novas tecnologias e, uma vez terminada a Guerra Fria, trocaram os inimigos comunistas por terroristas internacionais.

Com Daniel Craig, cuja escolha como James Bond foi muito criticada, a saga deu um giro de 180 graus para um personagem mais obscuro e rude, em tramas mais realistas e complicadas e filmes mais viscerais e menos glamorosos.


Finalmente, este novo James Bond mais vulnerável, desencantado com sua profissão, traído pela mulher que ama e que troca o Martini com Vodca pela cerveja causou um novo deslumbramento nos espectadores. Prova disso é que recentemente Roger Moore afirmou que Craig é o melhor 007 da história.

O sucesso do agente secreto superou as fronteiras da telona e se transformou em um símbolo do Reino Unido, como ficou claro em sua aparição na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres em um divertido "sketch" junto à rainha Elizabeth II.

Por ocasião dos 50 anos da franquia, a casa Christie's celebra nos próximos dias um leilão beneficente com artigos de Bond, entre eles uma BMW e um Aston Martin, enquanto o Barbican Centre acaba de encerrar uma exposição em torno do personagem.

Em algumas semanas irá estrear "007 - Operação Skyfall", o mais novo filme do agente 007, em que o revitalizado James Bond interpretado por Daniel Craig acrescentará um novo capítulo a esta história de meio século de espionagens, vilões e mulheres bonitas.