Praias da Tailândia onde filme "O Impossível" foi rodado falham em segurança
As praias do sudoeste da Tailândia, local de filmagem do filme "O Impossível", que há oito anos foram afetadas por um desastre natural que deixou mais de oito mil mortos, estão cheias de turistas e, apesar disso, ainda pecam no sistema de segurança.
Nas praias das províncias de Phuket, Phang Nga e Krabi, há agora também mais casinhas e edifícios do que em 26 de dezembro de 2004, quando um terremoto de 9,1 graus, com epicentro localizado ao norte da ilha indonésia de Sumatra, matou cerca de 230 mil pessoas em 15 países banhados pelo oceano Índico.
Tal fato aconteceu mesmo depois de especialistas advertirem que o sistema de alarme e de emergência instalados depois da catástrofe natural não funcionam de forma adequada devido à falta de manutenção.
O último filme do diretor Juan Antonio Bayonne, lembra da tragédia partir da história da família espanhola Álvarez-Belón, que estava de férias em um complexo hoteleiro da praia de Patong, no oeste de Phuket.
Protagonizada por Ewan McGregor ("Moulin Rouge") e Naomi Watts ("21 gramas"), "O Impossível" conta partes da dramática história de sobrevivência e união familiar de Enrique Álvarez, María Bélon e seus três filhos - Lucas, Tomás e Simón. A família foi surpreendida por um tsunami no dia seguinte a sua chegada à ilha.
"O que se vê nos filmes de Hollywood não é exagero, pode acontecer de verdade", declarou Smith Dharmasaroja, ex-funcionário tailandês que, em 1998, avisou o governo de que havia um risco de um grande tsunami, o que causaria milhares de mortes, mas nunca foi levado a sério.
Dharmasaroja, que foi ignorado pelas autoridades que o consideraram alarmista, indicou em entrevista à imprensa local, que o atual Centro Nacional de Alerta para Desastres, criado na Tailândia, passa por uma situação de ruína devido à falta de manutenção do sistema de alarme instalado ao longo da costa do sudoeste do país.
A negligência denunciada por Smith, meteorologista de profissão, foi constatada em 11 de abril, quando um tremor de 8,6 graus, próximo ao epicentro do que causou o tsunami em 2004, ativou o alarme das praias Phuket e vizinhas, embora não tenham emitido sons como deveria ter acontecido.
O Ministério de Comunicação e Tecnologia admitiu, alguns dias mais tarde, que seis das torres de aviso construídas para emitir alarmes não funcionaram apesar de terem sido ativados dispositivos por perigo de tsunami.
Os moradores da região afirmaram que há muito tempo as sirenes de alarme não soam, apesar das normas de segurança estabelecerem que elas devem ser testadas duas vezes por mês com a reprodução do hino nacional da Tailândia.
Moradores e visitantes da zona litorânea disseram ao jornal "Phuket Gazette" que alguns alto-falantes estão estragados devido a curtos-circuitos.
Além disso, muitos dos sinais que marcam as rotas de fuga e de evacuação em caso de tsunami estão apagados, foram derrubados ou passam despercebidos por causa da deterioração causada pela maresia, pelas chuvas e pelo sol.
Após o desastre, uma coalizão de organizações ambientais propôs à administração tailandesa repensar o modelo de turismo para a área pedindo que, ao invés de optar por uma estratégia de massificação, escolhesse a conservação dos recursos naturais do litoral sudoeste.
No entanto, o setor turístico, que representa 6% de Produto Interno Bruto (PIB) do país, cresceu desde o tsunami.
Após a estreia, "O Impossível" se transformou no filme de maior arrecadação na história do cinema espanhol, com quase 9 milhões de euros e mais de 1,4 milhão de espectadores.
O filme, apresentado no Festival Internacional de Toronto, será exibido em meados de dezembro na Tailândia, onde foram rodadas algumas cenas. No Brasil, o filme tem estreia prevista para 21 de dezembro.
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