Ícone do cinema de terror, Leatherface retorna às telas em 3D

Los Angeles - Leatherface, um dos grandes ícones do cinema de terror graças ao filme "O Massacre da Serra Elétrica", retorna nesta sexta-feira às salas dos EUA com uma sequência do mítico filme de Tobe Hooper (1974), que conta com fatos da saga anterior.

"Tínhamos claro que devíamos unir os fatos para que existisse essa familiaridade com o original", disse à Agência Efe Johan Luessenhop, o diretor do novo filme sobre o assassino da serra elétrica, intitulado de "O Massacre da Serra Elétrica 3D", em sua primeira imersão no cinema de terror após dirigir filmes de ação como "Ladrões" (2010) e "A Revanche do Aprisionado" (2000).

"O terror é um gênero que abriu meus olhos. Pensei que soubesse muito sobre ele, mas quando me aproximei para estudá-lo com atenção, me dei conta que não sabia nada, com exceção de filmes importantes como "O Iluminado", "A Profecia" e "O Exorcista". Os bons filmes de terror têm um forte componente humano. E é isto que buscamos neste longa", disse o diretor.

Décadas depois dos fatos que acontecem no filme de Hooper, uma jovem chmada Heather (Alexandra Daddario) recebe a notícia da morte de sua avó - cuja existência desconhecia - e uma herança que inclui uma mansão no Texas que guarda segredos.

O elenco do filme conta com Dan Yeager Tremaine "Trey Songz", Scott Eastwood - filho de Clint Eastwood - e Tania Raymonde, conhecida por seu papel na série "Lost".

Até agora foram rodadas sete sequências do filme, mas Luessenhop decidiu ignorar todas essas sagas e criar um novo universo, já que a intenção do estúdio Lionsgate é que haja mais continuações se o filme obter êxito de bilheteria.

"Meu modelo é o trabalho de Hooper na primeira fita. Como tirar poesia apesar do horror das imagens. Me esqueci de todos os outros filmes. Apaguei todos da minha mente. Não é questão de faltar com respeito, mas eram incoerentes. Tinha que começar do zero e o plano é que haja mais sequências", comentou o diretor.

Para Luessenhop, Leatherface, apesar de usar uma sinistra serra elétrica e aterroziar as vítimas com máscaras confeccionadas com o próprio rosto delas, é um vilão "muito humano" que neste filme procura saciar sua sede de vingança pelo ocorrido com sua família anos atrás.

"É diferente a Freddy Krueger ou Michael Myers. Quando vejo esses personagens, não sinto nada. São só representações de nossos medos. Leatherface é muito mais humano. É uma mente infantil doente fechada no corpo de um adulto, com instintos cruéis e absolutamente letais", afirmou.

O filme teve que retirar a palavra "massacre" de seu título original depois do massacre em um cinema de Aurora, ocorrido no mês de julho, e chega aos cinemas apenas três semanas depois do tiroteio em Newton, onde morreram 27 pessoas, entre elas 20 crianças.

A indústria de Hollywood se solidarizou com o ocorrido e cancelou diferentes atos relacionados a estreia do filme.

"A sociedade aceitou o personagem e à franquia, mas eliminar a palavra massacre do título foi apropriado. Não quero ser responsável por alguém que na vida real faça algo parecido. É difícil compreender por que ocorrem coisas assim, mas não culpo Hollywood, embora podia ser mais responsável em certas ocasiões", disse o diretor.