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Júri promete "emoção" e "muito movimento" no Festival de Berlim

 Da esq. para a dir., membros do juri do festival, o ator Tim Robbins, o diretor alemão Andreas Dresen, a diretora iraniana Shirin Neshat e, o presidente do juri, o diretor chinês Wong Kar Wai -
Da esq. para a dir., membros do juri do festival, o ator Tim Robbins, o diretor alemão Andreas Dresen, a diretora iraniana Shirin Neshat e, o presidente do juri, o diretor chinês Wong Kar Wai

07/02/2013 11h24

O júri do Festival de Berlim --liderado pelo diretor chinês Wong Kar Wai e com o ator americano Tim Robbins entre seus membros-- se comprometeu nesta quinta-feira (7), na abertura do festival, a exercer seu papel com "emoção" e "amor ao movimento".

"Seremos um júri atento ao movimento. Entendendo isso não só por movimentos de câmera, mas também como os rumos que deve tomar o cinema, como espelho do mundo", disse Wong, na apresentação de sua equipe e antes dos desfiles dos concorrentes ao Urso.

"Estamos a serviço do cinema, não o julgamos. Assumimos como uma tarefa emocional, acima de tudo", acrescentou o diretor, que teve um papel duplo na inauguração do festival, como presidente do júri e como diretor do filme que abre a seção oficial, "The Grandmaster".

Estamos a serviço do cinema, não o julgamos. Assumimos como uma tarefa emocional, acima de tudo.

Wong Kar Wai, presidente do júri

Seu filme é exibido fora da mostra competitiva e é ambientado na China de 1936, ano da invasão japonesa.

Sua trama vai do amor à traição, com muito kung fu e é interpretada por dois astros do cinema asiático, Tony Leung - protagonista de "Amor à Flor da Pele", também de Wong - e Zhang Ziyi - de "O Tigre e o Dragão" e "Memórias de uma Gueixa"-.

Além de Wong e Robbins, fazem parte do júri o diretor alemão Andreas Dresen e da cineasta iraniana Shirin Neshat, expoente da geração de diretores de seu país que lutam contra as restrições de Teerã para exercer a profissão.

Wong retornou assim ao Festival de Berlim onde em 1988 apresentou seu estreia, "As Tears Go By", então no Fórum do Cinema Jovem do Festival de Berlim, enquanto em 1996 retornou com "Fallen Angels".

O diretor chinês - com 54 anos e ganhador do prêmio de melhor diretor em Cannes em 1997 com "Felizes Juntos", de um César em 2001 com "Amor à Flor da Pele" e do prêmio da Academia do Cinema Europeu em 2004 por seu filme "2046 - Os Segredos do Amor" - foi recebido em Berlim como um herói que retorna ao festival que viu seu nascimento na sétima arte.

 


Um total de 19 filmes concorre aos Ursos da 63ª edição do Festival de Berlim, com diretores como o iraniano Jafar Panahi, os americanos Steven Soderbergh e Gus Van Sant, assim como o chileno Sebastián Lelio.

Sobre o tapete vermelho é esperado um desfile de estrelas, como as divas francesas Catherine Deneuve, Juliette Binoche e Isabelle Hupert, além de Matt Damon, Jude Law, Nicolas Cage, Jeremy Irons, o cantor-ator Shia LaBeouf e Ethan Hawke, novamente acompanhado de Julie Delpy.

Além disso, o festival conta com a participação de Isabella Rossellini, ex-presidente do júri que agora receberá uma Câmera de Ouro, assim como Anika Ekberg, com workshops no Talent Campus, Jane Fonda, convidada pelo patrocinador do festival - L'Oréal - e Sharon Stone, na festa "Cinema for Peace".

Na mostra Panorama teremos o último trabalho de Isabel Coixet, "Ayer No Termina Nunca", com Javier Cámara e Candeia Peña. O filme é a mais nova contribuição da diretora espanhola ao Festival de Berlim após "Minha Vida Sem Mim" (2003), "Fatal" (2008) e "Escuchando al Juez Garzón" (2012).

Trata-se de um filme que retrata a crise espanhola em sua versão mais doméstica - dois personagens -, uma temática compartilhada por "La Plaga", de Neus Ballús - desta vez, com cinco protagonistas -, filme incluído na seção "Fórum" e na abertura do Talent Campus.