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Festival de Berlim conta com Nina Ross como única anfitriã concorrente

Nina Ross chega à pré-estreia do filme "The Grandmaster" na 63ª edição do Festival de Berlim - Sven Hoppe/ EFE
Nina Ross chega à pré-estreia do filme "The Grandmaster" na 63ª edição do Festival de Berlim Imagem: Sven Hoppe/ EFE

09/02/2013 16h19

Berlim, 9 fev (EFE).- As mulheres têm papel de protagonistas na edição deste ano do Festival de Berlim, como Nina Hoss em "Gold", filme que retrata a corrida do ouro nas abruptas montanhas canadenses em 1898, mostrando o valor da terra em tempos passados.

Hoss, uma "musa berlinense" assídua do festival, defendeu a bandeira alemã como única representante anfitriã no concurso. Ainda nesta jornada, o russo "Dolgaya Schastlivaya Jizn" ("Uma vida longa e feliz") também foi exibido.

Foram dois expoentes diferentes que o diretor do festival, Dieter Kosslick, anunciou como um dos eixos da 63° edição do Festival de Berlim: o destino dos desabrigados do planeta, seja pela própria vontade ou por projetos alheios.

Dirigido por Thomas Arslan, "Gold" se centra em um grupo de imigrantes alemães que, em 1898, passam dos Estados Unidos ao Canadá dispostos a percorrer 2.500 quilômetros na busca por ouro.

A mesma Hoss que em 2012 interpretou uma médica acossada pela Stasi - Polícia política da Alemanha comunista - em "Barbara", é agora o centro desses alemães que Arslan movimenta pelas montanhas.

Durante a projeção, entre um cúmulo de tópicos roubados de qualquer "western", pessoas começaram a se manifestar meio impacientes, enquanto outros presentes caíram na gargalhada.

O propósito de Arslan não era a paródia, mas retratar pioneiros entre os seis milhões de alemães que entre 1830 e 1900 chegaram aos Estados Unidos.

Quando um filme provoca risos quando não deve é que algo não funciona, tanto que muitos dispensaram os aplausos de cortesia ao final da apresentação do único anfitrião entre os 19 filmes que concorrem.

"Me pareceu interessante refletir esse outro lado dos alemães afetados pelas migrações. Ou seja, quando eles mesmos são os que emigram", explicou Arslan, diretor alemão de origem turca, cuja em sua filmografia se destaca "Dealers".

Um filme que teve melhor aceitação foi "Dolgaya schastlivaya zhizn", do russo Boris Khlebnikov, uma história parecida com a de "Promised Land", projetado no dia anterior, que tem atuação de Matt Damon, só que sem os adoçantes próprios do cinema americano.

Esse filme também retrara um coletivo de camponeses, desta vez da península de Kola, no qual os poderosos pretendem tirar suas terras a baixos custos.

O terceiro filme da jornada foi "The Necessary Death of Charly Countryman", dirigido pelo sueco Fredrick Bond e interpretado por Shia LaBeouf.

O filme de Bond começa com um delírio, o do personagem interpretado por LaBeouf, e vai mais além, entre passeios por "hostels" e clubes noturnos de Bucareste.

LaBeouf não apaga a expressão de bobo apaixonado por Rachel Wood em todo o filme, com um Mads Mikkelsen empenhado em roubar a menina de seus sonhos.

Enquanto a competição leva Hoss, heroína local, ao tapete vermelho, assim como LaBeouf, com muitas admiradores em Berlim, os filmes fora de concurso também contaram com artistas renomados, como Anne Hathaway, representada em "Os Miseráveis" na seção Festival de Berlim Special, e James Franco e Amanda Seyfried, em "Lovelace", de Panorama.