Teerã afirma que "Argo" carece de valor artístico e é anti-Irã
"Argo", vencedor do Oscar de Melhor Filme na noite deste domingo (24), "carece de valor artístico" e é "anti-iraniano", afirmou nesta segunda-feira o ministro da Cultura e Orientação Islâmica do Irã, Mohamad Hosseini.
Em declarações aos jornalistas locais em Teerã, Hosseini disse: "Não esperávamos que os inimigos do Irã fizessem nada bom", informou a televisão oficial em inglês, "PressTV".
Na opinião do ministro, "Argo", um drama político rocambolesco sobre o resgate de seis funcionários da embaixada dos Estados Unidos em Teerã em 1980, obteve o Oscar "por meio de um grande investimento e extensa propaganda para atrair a atenção internacional".
"Levando em conta que Hollywood atua contra o Irã, temos uma grande responsabilidade (...) e produziremos filmes que retratem a realidade do povo no mundo todo", acrescentou Hosseini.
Antes da reação de ministro, o Oscar recebido por "Argo" já havia despertado críticas do regime islâmico do Irã, que o qualificou de "distorção da história".
O fato de Michelle Obama, a esposa do presidente dos Estados Unidos, ter sido encarregada, através de um vídeo, de abrir o envelope e anunciar "Argo" como vencedor, também foi visto como um sinal de "politização" do prêmio.
Após o triunfo da Revolução Islâmica do Irã, no dia 4 de novembro de 1979, um grupo de estudantes islâmicos, com o apoio do regime, ocupou a embaixada dos EUA em Teerã durante 444 dias, com 66 cidadãos americanos retidos no início, dos quais 52 estiveram até o final.
Em maio de 1980, Washington rompeu suas relações com Teerã, cujo regime era liderado então pelo fundador da República Islâmica do Irã, o aiatolá Ruhola Jomeini.
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