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Distante da aposentadoria, Michael Caine completa 80 anos

O ator Michael Caine durante première do filme "Inception" em Londres (8/7/2010) - Getty Images
O ator Michael Caine durante première do filme "Inception" em Londres (8/7/2010) Imagem: Getty Images

14/03/2013 06h55

Gentleman tipicamente britânico, de maneiras impecáveis e muito cortês, o ator Michael Caine completa 80 anos, ainda ativo depois de 150 filmes e dois Oscar.

Nascido em 14 de março de 1933 com o nome de Maurice Joseph Micklewhite, em uma família humilde de Londres, estreou no cinema em 1956 com "A Hill in Korea" e continua com projetos após seu último filme, em 2012, "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge", no qual interpretou o impecável mordomo de Batman.

Considerado um ícone, Caine disse ter interpretado todos os papéis da imaginação dos britânicos.

"Nasci um rebelde e termino a vida decorando um museu", comentou o ator na semana passada, na inauguração da pequena mostra que o Museu de Londres dedicou ao aniversário do astro, com vídeos e fotografias inéditas.

A exposição do ator de "O Homem Que Queria Ser Rei", 1975, deixa claro que Caine sempre se definiu como um gentleman.

Com o cinema, Caine teve que ser paciente: esperou sete anos desde sua chegada à indústria até fazer seu primeiro filme no Reino Unido em 1956.

O pequeno papel de um militar em "A Hill in Korea" fez com que Caine percebesse a "importância de conquistar o que queria: ser ator".

Foi nesse filme que usou pela primeira vez o seu nome artístico, depois de ter trocado a pedido do seu agente, já que um outro artista já usava o nome Michael Scott, com o qual estreou no teatro.

O nome foi escolhido por acaso, ao ver um letreiro que anunciava o filme "The Caine Mutiny" ("A Nave de Revolta", em português), de uma cabine telefônica, onde falava com seu agente.

O nome vingou, mas só apenas oito anos depois deu início aos trabalhos em Hollywood. Em 1964 fez um dos seus maiores papéis, interpretando um militar no filme "Zulu", no qual foi obrigado a exibir o sotaque britânico.

Caine não trazia essa característica de berço. Vindo da classe operária de Bermondsey (distrito de londres), o ator falava em "cockney" (típico sotaque inglês), que somado à origem irlandesa de seu pai, transportador de pesca, fizeram dele um londrino característico.

Assim que esse sotaque foi superado, chegaram os papéis que o levaram à fama: o Alfie de "Como Conquistar as Mulheres" (1966) - com o qual teve sua primeira indicação ao Oscar -, um sofisticado ladrão em "Um Golpe à Italiana", 1969, e "O Despertar De Rita", 1983, um professor que lhe rendeu seu primeiro Globo de Ouro e Bafta como ator coadjuvante.

Para ganhar o grande prêmio da indústria cinematográfica, teve que esperar a oportunidade do nova-iorquino Woody Allen com "Hannah e Suas Irmãs", 1986.

"Receber um Oscar serve para que você possa ler roteiros que não têm manchas de café de outros atores que os rejeitaram primeiro", explicou Caine, que combina o cinema com o seu amor pelo teatro.

"O teatro é como uma mulher que me maltrata independente do bem que eu fizer, enquanto o cinema sempre me quer não importa o quanto eu o maltrate. É fácil saber por quem sou apaixonado", contou em entrevista que o Museu de Londres resgatou.

Seu segundo Oscar com "Regras da Vida", 1999, outro papel secundário que interpretou com 66 anos.

"Fiz cerca de 30 filmes desde então", afirmou Caine, entre eles seu último grande projeto, a trilogia de Batman de Christopher Nolan.