Diretor de "Brasil: O Relato de Uma Tortura", Saúl Landau morre aos 77 anos
O escritor e cineasta Saúl Landau, coautor de um relato do assassinato do político chileno Orlando Letelier em Washington e ganhador de um prêmio Emmy, morreu aos 77 anos, informou sua família nesta quarta-feira (11).
Landau morreu na segunda-feira em sua casa em Alameda, na Califórnia, em consequência de um câncer de bexiga, indicou sua filha Valerie Landau, citada pela imprensa local.
Reconhecido por seu trabalho como documentarista e admirado amplamente pela esquerda latino-americana, Landau produziu mais de 30 filmes e colaborou em mais de 12 livros sobre a revolução cubana de 1959, o governo de Salvador Allende no Chile e as guerrilhas no México na década de 1990. Também falou sobre o Brasil em em "Brasil: O Relato de Uma Tortura", codirigido por Haskell Wexler e com a participação de Frei Beto.
O primeiro grande êxito de Landau no cinema foi o documentário "Fidel" (1968), no qual ele acompanha Fidel Castro durante uma semana em um percurso pelo interior de Cuba.
Landau também produziu documentários sobre Jamaica, Síria, Iraque e Angola, enquanto, nos Estados Unidos, seu filme mais aclamado foi "Paul Jacobs and the Nuclear Gang" (1979), produzido junto ao cinematógrafo Haskel Wexler.
Em 1976, dois dos colaboradores de Landau, o ex-ministro das Relações Exteriores do Chile Orlando Letelier e a americana Ronni Moffit foram assassinados com uma bomba em Washington.
Letelier tinha sido o embaixador chileno nos Estados Unidos no final do governo de Allende, e Ronni era sua assistente.
Landau, em colaboração com um jornalista do jornal "The Washington Post", escreveu o livro "Assassination on Embasy Row", no qual ele vincula esse ataque aos agentes do regime militar chileno liderado pelo general Augusto Pinochet.