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Tarantino já tem quatro histórias em mente para filmar nos próximos dez anos

Quentin Tarantino fala à imprensa na abertura do Festival Lumiere em Lyon, na França - Jeff Pachoud/AFP
Quentin Tarantino fala à imprensa na abertura do Festival Lumiere em Lyon, na França Imagem: Jeff Pachoud/AFP

Lyon (França)

15/10/2013 16h23

O diretor de cinema Quentin Tarantino disse nesta terça-feira (15) Lyon, no Festival Lumiere de Cinema, que tem quatro histórias que pensa em transformar em filmes nos próximos dez anos.

"Em teoria eu gostaria fazer só mais três filmes porque encerraria minha carreira com dez, e os números redondos me agradam. Mas este verão se me ocorreram quatro histórias diferentes e inclusive tenho ideias para uma possível minissérie", declarou o cineasta, que receberá em Lyon o prêmio Lumiere por sua trajetória.

"Enquanto tenha histórias para contar não vejo o momento de deixá-lo (o cinema)", acrescentou Tarantino em entrevista coletiva no segundo dia do festival, que está na quinta edição.

Quentin Tarantino, que receberá seu prêmio na próxima sexta-feira, acrescentará seu nome ao histórico de ilustres do cinema em que já figuram Clint Eastwood (2009), Milos Forman (2010), Gérard Depardieu (2011) e Ken Loach (2012).

Após receber em 2011 o César de honra a sua carreira, o maior reconhecimento da academia de cinema francesa, o diretor de "Cães de Aluguel" e "Pulp Fiction: Tempo de Violência" se mostrou feliz pela nova homenagem.

"Isto só acontece na França", afirmou com um amplo sorriso, onde " não precisa ser velho, estar decrépito e no final da carreira " para que reconheçam seu trabalho.

"Adoro receber prêmios pela minha carreira, embora considere que meus melhores trabalhos estão por vir", declarou o cineasta.

Tarantino comparou o trabalho de um diretor de cinema com a de um boxeador: "no ringue você está exposto a maior das derrota,s mas ao mesmo tempo pode alcançar a mais doce das glórias".

O cineasta americano explicou que quer acabar sua carreira no topo e dizer: "me vou como um campeão, invicto, e que f... todos! Não como esses velhos pugilistas que acham que ainda têm nas pernas um, dois ou três combates e na realidade já estão acabados".

Uma amostra de que Tarantino aprecia sinceramente o prêmio que o festival concedeu é ter chegado ao evento vários dias antes do previsto, contou o diretor do Lumiere, Thierry Frémaux.

Tarantino aterrissou ontem em Lyon e participou de surpresa da abertura, na homenagem que recebeu o ator francês Jean-Paul Belmondo, diante das mais de quatro mil pessoas que abarrotaram a sala de eventos Halle Tony Garnier, transformado para a ocasião em uma gigantesca sala de cinema.

Durante toda esta semana no Festival Lumiere serão exibidos mais de 130 filmes, a maior parte deles retrospectivas ou de ciclos de versões restauradas de clássicos, além da obra integral do grande protagonista da edição, Quentin Tarantino.