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Conheça filmes antigos e futuros sobre a vida de Nelson Mandela

Matt Damon como Francois Pienaar e Morgan Freeman como Nelson Mandela em "Invictus", de Clint Eastwood - Divulgação
Matt Damon como Francois Pienaar e Morgan Freeman como Nelson Mandela em "Invictus", de Clint Eastwood Imagem: Divulgação

06/12/2013 00h29

Um homem que dedicou toda sua vida a lutar contra o apartheid, que passou 27 anos atrás das grades, cultivou amizade com seu carcereiro racista e depois que se viu livre liderou uma das transições mais pacíficas da África não podia escapar do foco da sétima arte.

Se até agora o cinema tinha se centrado em diferentes episódios concretos da vida de Nelson Mandela, no final de 2013, justo a tempo de concorrer aos prêmios Oscar, estreia nos Estados Unidos "Mandela: Long Walk to Freedom" (sem título em português), que aspira ser a cinebiografia definitiva.

Protagonizada pelo britânico Idris Elba ("Prometheus", "Círculo de Fogo") e dirigida por Justin Chadwick ("A Outra"), a narração abrange a infância rural do líder, seus 67 anos de luta contra o apartheid e sua chegada à presidência do país em 1994.

O longa promete surpreender porque não só mostrará a cara mais visível do líder morto hoje, mas a do lutador comprometido que deslumbra com seus discursos e seu pacifismo, mas também um jovem Mandela que lidera o braço armado do Congresso Nacional Africano (CNA), que fabrica bombas e derruba edifícios.

A fita de Chadwick se antecipou assim à que estava sendo preparada pelo "Channel 4" britânico, dirigida por Peter Kosminsky e que prometia revelar esse primeiro Mandela guerrilheiro que abraçou a luta armada após o massacre de manifestantes na cidade sul-africana de Shaperville em 1960.

O filme, garante Kosminsky, "não pretende desmistificar sua figura. Sou provavelmente seu maior admirador", acrescentou.

A última estréia até agora, "Invictus" (2009), protagonizado por Morgan Freeman e dirigida por Clint Eastwood, focava no período de governo do primeiro presidente negro sulafricano, e em como o rugby ajudou a esquecer o apartheid em prol da reconciliação.

Baseado no livro "O fator humano", do jornalista inglês John Carlin, a história aconteceu durante o Mundial de Rugby da África do Sul em 1995, quando Mandela apostou pelo técnico nacional François Pienaar (Matt Damon) para lutar pelo sonho de serem campeões.

O título, "Invictus", vinha de um poema do poeta britânico William Ernest Henley, que termina com a frase: "Sou o dono do meu destino, sou o capitão da minha alma" e que o ajudou a agüentar os anos de prisão em Robben Island.

Já este longo período de sua vida se baseou "Mandela" (2007), com Dennis Haysbert no papel de Mandela e Joseph Fiennes como o carcereiro que o controlou e censurou suas cartas, embora também tenha permitido conhecer seu neto, quando estava proibido quecrianças entrassem na prisão.

James Gregory, um homem convencido que o "apartheid" era um sistema justo e aceito por Deus, recebe a tarefa de vigilância do preso mais famoso do continente por falar xhosa, um idioma bantú aprendido na infância em uma fazenda, e podia "espionar" ao réu.

Também Sydney Poitier sabe o que é estar na pele de um dos personagens essenciais do século 20, embora o filme que ele protagonizou, junto com Michael Caine, tenha sido uma produção televisiva.

"Mandela and De Klerk" (1997) está baseada fundamentalmente no processo de transição à democracia, com Caine no papel de Fredrik de Klerk, o último líder branco da África do Sul e responsável da libertação de Mandela e pela legalização de seu partido, o CNA.

Poitier se identificou tanto com o personagem que durante uma entrevista coletiva na Cidade do Cabo junto do próprio Mandela, quando um jornalista se dirigiu ao "senhor presidente" para fazer uma pergunta foi o ator quem respondeu com um "diga".