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Animação "Rio" volta mais latina com vozes de Rita Moreno e Andy García

Espécie em extinção, ararinha-azul é a estrela da animação "Rio" - Divulgação
Espécie em extinção, ararinha-azul é a estrela da animação "Rio" Imagem: Divulgação

15/02/2014 14h11

Após levar Carlinhos Brown à cerimônia do Oscar com a primeira parte, a animação "Rio", dirigida por Carlos Saldanha, viaja agora para o Amazonas, onde as novas araras azuis falam nada menos do que com as vozes de Rita Moreno e Andy García.

"É incrível. Tinha no mesmo filme duas pessoas que realmente admiro e que me inspiravam, como Andy García e Rita Moreno. Trabalhar juntos foi um grande honra", explicou Saldanha à Agência Efe, na pré-estreia em Nova York de "Rio 2". O filme só chega as salas de cinema americanas em 11 de abril.

A porto-riquenha Moreno, ganhadora do Oscar pelo papel em "West Side Story" (1961), dá voz a tia Mimi, e Andy García interpreta outra arara, Eduardo, e se somam ao elenco de luxo liderado por Jesse Eisenberg (Blu, o protagonista), que nesta segunda parte já está casado com Jewel (Anne Hathaway), e tendo de novo Rodrigo Santoro no elenco.

Saldanha só tem palavras de agradecimento para Moreno. "Não a conhecia pessoalmente e pensava que ia levar tempo para trabalhar com ela, mas tem tanta energia e tão boa... Sabia perfeitamente o que tinha que fazer e como fazê-lo. Tem 82 anos, mas o coração de uma menina de 15 anos, a ponto de explodir", se derreteu em elogios.

Para o diretor brasileiro, que tinha trabalhado em toda a saga de "Era do Gelo" e que realizou o sonho de fazer um filme sobre o Brasil para o mundo inteiro na primeira parte de "Rio", o filme representa "uma viagem mais madura" para todos os personagens.

Blu, após sua mudança dos Estados Unidos para o Brasil para se encontrar com os de sua espécie, viaja agora ao Amazonas para se reunir com uma colônia de membros de sua espécie em perigo de extinção que acaba de ser descoberta e onde encontra seu sogro, para quem terá de demonstrar sua "virilidade" guacamaya.

"O primeiro longa era, sobretudo, a viagem pessoal de Blu de Minnesota ao Rio para buscar seu coração ali. Este tem mais elementos, mais camadas. Falamos de dinâmicas de família, com o sogro e as crianças, das relações pessoais... é tudo uma viagem emocional", explicou Saldanha.

Mas além do amadurecimento no argumento, o filme voa alto com o desafio técnico de criar a alucinante paisagem amazônica em todo seu esplendor.

"Primeiro foi um grande desafio recriar a cidade. Agora já tínhamos ela, mas o difícil era recriar o Amazonas. A escala das árvores, da selva, os rios, rápidos, cascatas, plantas, animais... fizemos muito esforço para deixá-lo o mais autêntico, grandioso e divertido possível", assegura.

Como em todo filme de animação que se preze, um dos fatores definitivos foi a música. Na primeira parte, Carlinhos Brown era o mestre musical, e aqui, embora ainda presente, cede posto a outras figuras da música.

Janelle Monae abre o filme com "What is Love", canção que ambienta a festa de Ano Novo no Rio, mas se destaca principalmente Bruno Mars, que além de cantar dá voz e personalidade a Roberto, o galã que faz sentir Blu uma arara muito pouco selvagem.

"Queria cantores que conhecessem bem a música brasileira. Janelle eu conheci no Brasil e era um grande amante do samba e da bossa nova. E Bruno vi no Saturday Night Live e me pareceu tão gracioso que adaptamos o personagem à ele. Em princípio ia ser para alguém com a voz mais profunda, mais tipo 'crooner'", contou.

Saldanha se sente orgulhoso de ter sido capaz de reunir tantas estrelas (o elenco ainda tem John Leguizano, Jamie Foxx e Leslie Mann) em um projeto muito pessoal, um exercício de nostalgia com o país, que deixou há 23 anos.

"Vivo quase há mais tempo nos Estados Unidos do que no Brasil. Minha carreira profissional foi feita aqui. Esta era o primeiro filme em que pude apresentar algo mais meu. O desafio como diretor era compatibilizá-lo com a audiência mundial, que talvez nunca esteve no Brasil ou que não está familiarizada com nossa música e nossas cores", revelou.

Depois dos US$ 480 milhões de bilheteria do primeiro longa, parece que o conseguiu. Haverá uma terceira parte? "Estou aberto para isso, mas ainda estou fechando esta. Já veremos!", concluiu.