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Tapete vermelho do Oscar perde personalidade

03/03/2014 08h32

Nem o tombo de Jennifer Lawrence, o que parece estar se tornando uma tradição, nem a esperada Lupita Nyongo'o, tiraram o tapete vermelho da monotonia, o mais esperado do ano, e foram os homens que contribuíram com uma espontânea nota de cor e diversão.

Em uma meca onde o espetáculo é uma forma de vida, surpreende como ano após ano as atrizes e atores perdem personalidade em suas aparições e optam por escolhas seguras: o decote tomara que caia de Amy Adams, o perfeito vestido de Dior da imponente Charlize Theron e o sofisticado Armani de Cate Blanchett.

O fenômeno midiático do ano, queniana de ascendência mexicana Lupita Nyongo'o, vencedora na categoria de melhor atriz coadjuvante por "12 Anos de Escravidão", que tem agradado nas escolhas dos últimos meses, com um modelo Prada em azul bebê feito sob medida, e um decote vertiginoso, embora não tenha brilhado tanto como em seus espetaculares modelos usados em outras premiações.

Seu exemplo serve para garantir, sem remorso, que os todo-poderosos Oscar sejam eclipsados este ano em variedade e risco pelos Globos de Ouro, onde a atriz revelação apareceu com um majestoso vermelho de Ralph Lauren e Cate Blanchett monopolizou todos os flashes com um Armani Privei negro.

A protagonista de "Blue Jasmine", favorita e vencedora do Oscar de melhor atriz, confiou de novo no designer italiano, e usava um majestoso vestido de pedrarias nude, um tom que parecia ser uma das tendência entre as presentes ao Oscar.

O branco foi outro dos denominadores comuns da noite, e o foi entre as mais acertadas, como Naomi Watts, com um modelo Calvin Klein, justíssimo, e a aparição de Kate Hudson.

Com um espetacular branco da Versace Atelier, a atriz, sem a pressão das indicadas, se atreveu com um pronunciado decote e largas ombreiras que acabavam em uma camada, o que a fazia parecer saída de um tapete vermelho dos anos 20.

Penélope Cruz também escolheu um tom pastel, com uma peça em rosa chá de inspiração grega de Giambattista Valli.

Sempre se espera muito das indicadas, e este ano duas delas optaram por silhuetas discretas e cores escuras, como Amy Adams, por "Trapaça", com um tomara que caia Gucci Couture em azul klein; e Sandra Bullock, por "Gravidade", com um Alexander McQueen de decote coração e azul petróleo, que superou a média de suas últimas aparições.

Conservadora também foi Anne Hathaway, com um Gucci preto arrematado por cristais no peito, e que tinha uma silhueta idêntica ao vilipendiado Valentino do ano passado.

Quem também repetiu o estilista foi a atriz Jennifer Lawrence, que usava um vestido vermelho com peplum. Mas a ganhadora do Oscar ano passado se destacou mesmo no tapete vermelho com um tombo logo na chegada.

O libanês Elie Saab, um dos mais cotados nos tapetes, vestiu Angelina Jolie, mais recatada que em edições anteriores, com um jogo de transparências, e Elsa Pataky, com um projeto sob medida para sua gravidez em pedrarias verde turquesa.

A Bulgari, italiana, também foi encarregada de adereçar o vestido negro da Givenchy, de Julia Roberts, com algum toque brilhante, em um look que pouco a favorecia, mesmo sendo uma das presenças mais esperadas no tapete vermelha.

A cor, a sofisticação e a diversão nesta edição saiu do armário masculino. Jared Leto surpreendeu com o cabelo solto, blazer branco da Saint Laurent, e uma gravata borboleta vermelha, parecendo ter saído de um baile de graduação.

Uma escolha que parece ter trazido sorte para o ganhador da estatueta por seu papel em "Clube de Compras Dallas". Seu companheiro de elenco, o melhor ator Matthew McConaughey optou pelo branco, um cor que apareceu muito no vermelho do tapete junto com o azul dos fraques de Leonardo di Caprio e Kevin Spacey.

Polêmico mesmo foi a roupa do músico Pharrell Williams que optou pelo rigoroso e tradicional fraque acompanhado de bermudas.