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Coreia do Norte nega ataque hacker; filme foi baixado 700 mil vezes

27/12/2014 10h30

A Coreia do Norte voltou a negar, no sábado (26), sua participação no ataque cibernético contra os estúdios da Sony Pictures por causa do filme "A Entrevista", após a estreia do longa-metragem nos Estados Unidos.

"Mais uma vez, queremos deixar claro que a Coreia do Norte não tem nada a ver com os ataques de hackers contra a Sony Pictures", declarou um porta-voz da Comissão Nacional de Defesa de Pyongyang em um comunicado divulgado  pela agência estatal de notícias "KCNA", enquanto sites norte-coreanos continuam sofrendo com problemas de conexão.

A comissão ainda criticou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pelo filme "desonesto e reacionário" e o chamou de "macaco em floresta tropical".

"Se os Estados Unidos querem continuar colocando a culpa em nós, deveriam oferecer provas o mais rápido possível. E se não, poderiam realizar uma investigação com a nossa colaboração", acrescentou.

"O que aconteceria se alguém fizesse um filme sobre ataques terroristas ou incentivando o assassinato de Barack Obama? Os EUA continuariam defendendo a liberdade de expressão?", questionou o porta-voz, que também acusou o presidente americano de promover a estreia do filme.

Além disso, os sites dos principais meios da imprensa estatal norte-coreana continuaram sofrendo quedas intermitentes pelo quinto dia consecutivo e Pyongyang responsabilizou Washington pelos problemas de acesso aos portais do país.

"Os Estados Unidos começaram a dificultar as operações de internet dos maiores meios de comunicação de nosso país", afirmou o porta-voz norte-coreano.

Entenda o caso
O polêmico filme, uma comédia sobre um complô americano para assassinar o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, estreou na quinta-feira, dia de Natal, em 300 salas de cinemas independentes dos EUA e arrecadou quase US$ 1 milhão. A estimativa é que o filme já tenha sido visto por 700 mil pessoas, apenas com download ilegal.

No último dia 24 de novembro, a Sony Pictures sofreu um ataque cibernético que o governo dos EUA atribui à Coreia do Norte e que teria sido justamente uma resposta ao lançamento de "A Entrevista".

Um grupo chamado "Guardiães da Paz" assumiu o ataque, advertiu que semearia o terror nos cinemas que exibissem o filme e comparou seu plano com os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA.

Depois que as principais salas de cinema do país se recusaram a exibir o filme por temor de que pudessem sofrer um ato terrorista, a Sony Pictures anunciou no último dia 17 o cancelamento da estreia de "A Entrevista", prevista para 25 de dezembro, mas depois voltou atrás e o filme foi finalmente exibido em salas independentes.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou nesta terça-feira a decisão da Sony de autorizar a exibição do filme, após ter considerado dias antes que o cancelamento de sua estreia era "um erro".

* Com informações da AFP