Uma Thurman e a cruel realidade de envelhecer em Hollywood
A recente mudança no visual da atriz Uma Thurman mostra uma cruel realidade vivida por muitas atrizes em Hollywood, uma indústria muito masculina onde a imagem manda e as rugas no rosto de uma mulher são um mau negócio.
Thurman, de 44 anos, e considerada em 1993 uma das 50 pessoas mais bonitas do mundo segundo a revista People, é desde segunda-feira objeto de críticas e deboche na internet por causa da transformação em seu rosto após uma possível cirurgia plástica.
A protagonista de "Pulp Fiction" e "Kill Bill" apareceu no tapete vermelho para promover sua próxima minissérie "The Slap" e deixou a imprensa boquiaberta com seu novo visual, atribuído a retoques estéticos e injeções de botox que a deixaram "quase irreconhecível".
Nem Thurman nem seus agentes se pronunciaram ainda sobre a polêmica, mas vários cirurgiões plásticos questionados por publicações nos Estados Unidos opinaram. Para uns houve cirurgia, para outros a controvérsia é exagerada e se trata de uma questão de maquiagem.
Uma está sofrendo agora o mesmo que aconteceu com Renee Zellweger, de 45 anos, em outubro do ano passado.
A atriz da saga "Bridget Jones" causou rebuliço após uma festa em Los Angeles onde deixou ver sua "nova cara" fruto de uma vida "diferente, saudável e feliz", explicou ela após a chuva de comentários. Renee não admitiu nenhuma cirurgia.
O desejo de aparentar menos anos pode chegar a ser uma obsessão na meca do cinema, onde as mulheres com menos de 30 anos são transformadas em símbolos de beleza e sucesso e com o passar do tempo são substituídas por outras mais jovens.
Esse sistema levou várias atrizes a tentar conter a passagem do tempo com injeções de botox e experimentar todo tipo de tratamento - inclusive cirúrgicos, e dietas com o objetivo de concorrer com as recém chegadas e manter seu status.
Nicole Kidman, Sandra Bullock, Meg Ryan, Courtney Cox, Demi Moore, Daryl Hannah, são algumas das que recorrentemente aparecem nas listas de atrizes com retoques, assim como Melannie Griffith, que em 2012 reconheceu que havia gente que era cruel com ela e dizia que estava "horrível".
As críticas também atingiram ano passado a atriz Kim Novak, de 81 anos e protagonista de títulos como "Vertigo", após apresentar uma categoria no Oscar com o rosto alterado por injeções estéticas.
"Kim deveria processar seu cirurgião plástico", disse o magnata Donald Trump no Twitter, onde também outros usuários pediram que fosse enviada diretamente do teatro Dolby, onde aconteceu a cerimônia, ao museu de cera.
Novak respondeu no dia seguinte no Facebook, e afirmou que uma das razões pelas quais se distanciou de Hollywood foi porque não pôde lidar com a pressão e não teve "coragem" de demonstrar aos seus colegas seu valor através de seu trabalho.
"Na minha opinião uma pessoa tem direito de brilhar o melhor que possa e sentir-se melhor quando se vê melhor", disse a quem debochou dela.
Um estudo intitulado "Age, Gender, and Compensation: A Study of Hollywood Movie Stars" (Idade, Gênero e Compensação: Um Estudo das Estrelas de Hollywood, em tradução livre), publicado em 2014 pelo Journal of Management Inquiry, concluiu que os salários médios das famosas atrizes em Hollywood alcançam o teto na década dos 20 anos e caem dramaticamente depois que completam 34 anos.
No caso das estrelas masculinas, os salários sobem progressivamente e alcançam o máximo quando eles têm aproximadamente 50.
Além disso, à medida que vão envelhecendo, as atrizes encontram menos papéis disponíveis. Segundo o Centro de Estudos da Mulher no Cinema e a Televisão, da Universidade de San Diego na Califórnia, só 12% dos filmes de maior bilheteria de 2014 tinham uma protagonista feminina. Em 2002 o percentual foi de 16%.
Essa diferença de gênero foi identificada também em uma pesquisa da Associação de Estatística dos Estados Unidos ( ASA ) sobre como previsíveis são o Oscar. A idade média das ganhadoras de um Oscar de melhor atriz é 33 anos. Para os homens de 42.
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