Russell Crowe estreia como diretor cheio de influências dos filmes que fez
Com mais de 50 filmes na carreira, um Oscar por "Gladiador" (2000) e outras duas indicações, Russell Crowe afirma ter mais experiência em um set de filmagem que a maioria dos diretores, o que o ajudou em sua estreia atrás das câmeras com "Promessas de Guerra".
"Não tenho problema em roubar ideias de todo o mundo", disse hoje Crowe à Agência Efe durante sua visita a Madri para promover este drama épico ambientado no pós Primeira Guerra Mundial na Turquia, que estreia em 28 de maio no Brasil.
Mas essas influências sempre passam por seu filtro. "Como ator estive muitas vezes na situação de resolver problemas em um set e a solução que busco com qualquer grande artista como Ridley Scott, Ron Howard ou Darren Aranofsky passa pela minha visão pessoal".
Foi com Ridley Scott que mais teve a oportunidade de aprender sobre o ofício atrás das câmeras. Crowe foi dirigido por ele em"Gladiador", "Gangster Americano", "Robin Hood", " Rede de Mentiras", e elogiou: "dele aprendi quão atlética pode ser uma câmera e o manejo simultâneo de muitas câmaras".
De Peter Weir ("Mestre dos Mares - O Lado Mais Distante do Mundo"), tomou a ideia de pôr música para os atores, para transmitir uma determinada energia. "Sou como um DJ em um clube: tento ajudar os atores a encontrarem o melhor de si mesmos", disse.
Na realidade, o ator neozelandês, embora australiano de adoção, já tinha dirigido os videoclipes de sua própria banda e três documentários, mas a decisão de dar o passo para a ficção foi tomada ao descobrir o roteiro de Andrew Knight e Andrew Anastasios.
"Li e tive uma reação muito visceral, que é o que sempre busco como ator, mas aqui havia ainda outra voz que nunca tinha ouvido antes, que me dizia que deveria tomar a responsabilidade de contar esta história e que eu era o único que podia fazê-lo".
A história, também protagonizada por ele, de um granjeiro australiano que viaja para Istambul para descobrir o que aconteceu com seus filhos, declarados desaparecidos em combate na sangrenta batalha de Galípoli (já levada ao cinema por Peter Weir em 1981).
Ali ele conhece Ayshe (Olga Kurylenko), proprietária do hotel em que se hospeda, que também perdeu a seu marido na guerra.
O filme se movimenta entre a aventura épica e o drama romântico e, embora comova o espectador, em alguns momentos peca pelos clichês e pelo excesso de melodrama.
Os laços culturais e pessoais com a história --Crowe contou que seu pai tinha a mesma habilidade que o protagonista para detectar a presença de água sob o solo-- foram também importantes em sua decisão. Assim como a possibilidade de narrar a batalha de Dardanelos, que completa cem anos em abril, do ponto de vista turco.
"Três dias antes do início das filmagens, comecei a me perguntar onde me tinha metido", admitiu, "mas vivi a minha vida toda com esse tipo de ansiedade antes de entrar em cena e sei o que significa; significa que se importa com o que está fazendo, e o dia que não senti-la será o momento de deixar os palcos".
Olga Kurylenko, lançada à fama como Bond Girl em "007: Quantum of Solace" (2008), minimizou a fama de "difícil" que Crowe tem nos sets.
"Este é seu primeiro filme; estava muito emocionado, porque havia tempo desejava fazê-lo, a filmagem correu muito bem. Ele ajuda muito e como diretor procura tornar tudo o mas fácil possível", disse à Agência Efe a atriz ucraniana.
"Por ser também ator, falamos o mesmo idioma, e isso é algo a se agradecer, é um dos melhores com quem trabalhei", acrescentou Kurylenko.
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