Em visita a curso de cinema cubano, Coppola se diz feliz com fim do embargo

O cineasta americano Francis Ford Coppola, que está em visita a Cuba, afirmou nesta terça-feira (14) estar "feliz" com a nova etapa das relações entre a ilha e os Estados Unidos, que retomarão vínculos diplomáticos dia 20 de julho após mais de meio século de inimizade.

"Estou muito feliz, acho que é maravilhoso", comentou Coppola à Agência Efe durante visita à Escola Internacional de Cinema (EICTV), na cidade de San Antonio de los Baños, a 50 quilômetros de Havana.

"Pensei que isso aconteceria durante o mandato do presidente (Jimmy) Carter. Agora temos (Barack) Obama, na minha opinião um magnífico presidente, e sei que ele sente que devemos ter relações com Cuba, e repito, estou feliz que comecemos a ver isso materializado", insistiu Coppola, recentemente agraciado com o Prêmio Princesa das Astúrias das Artes 2015.

"Haverá uma embaixada em Washington, isto é bom, Cuba sempre foi próxima dos Estados Unidos, para bem ou para mal, mas próxima", acrescentou o cinco vezes ganhador do Oscar, que garantiu que os cineastas norte-americanos "gostariam de vir fazer filmes" na ilha.

Coppola, 76 anos, foi à EICTV para um encontro com estudantes, entre os quais disse se sentir confortável.

"Estou muito contente de estar em Cuba. Sempre gostei de estar entre os estudantes, quando passo um tempo com eles aprendo muito, porque me transformo em aluno também", indicou.

Acompanhado por seu filho, o também ganhador de um Oscar Roman Coppola, e da família dele, o veterano cineasta celebrou nesta terça-feira o aniversário de um de seus netos no parque da Escola de Cinema, rodeado por jovens de diferentes nacionalidades, a quem prometeu cozinhar uma "autêntica" macarronada acompanhada por vinhos da sua marca.

"Mantenham a mente aberta, é minha mensagem para quem começa no cinema: estejam disponíveis para qualquer coisa, porque o mundo está mudando muito rápido", aconselhou aos futuros cineastas, com que discutirá amanhã projetos de tese.

Coppola esteve pela primeira vez na EICTV de Havana em 1989 para uma oficina de roteiro cinematográfico, e depois voltou novamente em 1993 para participar de outro curso da instituição.

A Escola de Cinema de San Antonio de los Baños foi criada em 1986 pelo escritor colombiano Gabriel García Márquez, o cineasta argentino Fernando Birri e o cubano Julio García Espinosa, com o apoio do então presidente da ilha, Fidel Castro.

Este centro é considerado o projeto acadêmico mais importante da Fundação do Novo Cinema Latino-americano, com sede em Havana, e presidido por García Márquez até sua morte, em abril de 2014.