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"Se acabo de ter filho, não consigo fazer personagem obscuro", diz Diesel

Antonio Martín Guirado

Los Angeles (EUA)

18/10/2015 10h12

Vin Diesel é o rei da ação em Hollywood. Transforma em ouro tudo o que toca, mas não por arte da magia, a principal arma de seu personagem em "O Último Caçador de Bruxas", que estreia na próxima sexta-feira (16) nos EUA, mas porque, segundo disse à Agência Efe, permite que o coração dite suas decisões.

"Se acabo de ter um filho, não posso fazer um personagem tão obscuro como 'Riddick' (2013). Mas no ano passado, quando fiz 'O Último Caçador de Bruxas', foi um período muito duro em minha vida", explicou o ator em entrevista à agência Efe, em alusão à morte de Paul Walker, seu amigo e companheiro na saga "Velozes e Furiosos".

"Meu personagem em 'O Último Caçador de Bruxas' pode mascarar a dor e eu me identifiquei com isso. Me pareceu muito apropriado. Após a morte de Paul, não quis que o público, minha família e, especialmente meus filhos, vissem pelo o que eu estava passando", acrescentou Diesel, de 48 anos.

"Por isso, o coração e o momento no qual me encontro em minha vida ditam o seguinte passo para mim", manifestou.

Os novos brios adquiridos pela franquia de "Velozes e Furiosos" a partir de sua quarta entrega foram decisivos na consolidação de Diesel como grande estrela.

Aquele filme arrecadou mais de US$ 360 milhões, a quinta entrega obteve mais de US$ 620 milhões e a sexta chegou até os US$ 790 milhões.

"Velozes e Furiosos 7" se transformou no ano passado no quinto filme de maior arrecadação na história, com mais de US$ 1,5 bilhão em bilheteria.

"O dinheiro e a fama não me mudaram. O que muda são as pessoas ao meu redor, que me tratam de forma diferente. Eu sou o mesmo, mas minha responsabilidade agora é maior. O dinheiro não se conecta com a felicidade", apontou o intérprete.

"Em minha vida", explicou, "houve momentos em que fui muito pobre e era completamente feliz, e momentos, como no ano passado, nos quais eu tinha muito dinheiro e estava nos antípodas de estar contente".

Hoje em dia, Diesel não pode ocultar sua satisfação, principalmente porque acredita ter entre mãos o início de outra potencial franquia, um projeto que nasceu de seu amor pelo RPG "Dungeons and Dragons".

"O Último Caçador de Bruxas", dirigido por Breck Eisner, é uma fantasia de ação e aventuras na qual um guerreiro com o dom da imortalidade (Diesel) mantém uma batalha imperecível contra as bruxas, que ameaçam aniquilar a raça humana após a ressurreição de sua principal feiticeira.

O elenco conta com atores conhecidos por seus trabalhos em filmes ou séries de aventuras, como Elijah Wood ("O Senhor dos Anéis"), Rose Leslie ("Game of Thrones") e Michael Caine ("Batman: O Cavaleiro das Trevas"), que, segundo confessou Diesel, estava disposto a abandonar definitivamente o cinema.

Mas o britânico leu o roteiro e aceitou embarcar no projeto, em um papel que lembra o que interpretou em 2008 como mordomo Alfred na saga de Christopher Nolan sobre Batman.

"Nos conhecemos há 13 anos. Somos amigos e costumamos sair para jantar. Sempre quisemos trabalhar juntos. Por sorte, ele me fez mudar de opinião sobre a aposentadoria. Sua decisão também me afetou, porque nesse momento considerava parar durante um ano. E assim cumpri com um dos meus sonhos, rodar com ele", manifestou.

Diesel, que no ano passado também teve um o enorme sucesso de "Guardiões da Galáxia", com mais de US$ 770 milhões no mundo todo, retomará em breve um de seus personagens mais queridos, o de Xander Cage em "XXX".

"Xander é alguém que passa o bem. Esses filmes são uma celebração da vida e isso é justo o que necessito agora", avaliou o ator, que vem de rodar há meses "Billy Lynn's Long Halftime Walk", de Ang Lee, uma experiência que qualificou de "terapêutica".

Recentemente, houve rumores que colocavam Diesel atrás das câmeras para "Velozes e Furiosos 8", mas esse filme acabará sendo dirigida por F. Gary Gray, como antecipou o ator em exclusividade à Efe.

"Eu nunca considerei dirigir o filme. Quem queria que o fizesse era minha mãe. É minha fã. Me conhece muito bem e acredita que, no futuro, deveria voltar a dirigir porque essas são minhas raízes", apontou.

Diesel se refere ao curta "Multi-Facial" (1995) e à "Strays" (1997), seu estreia como diretor.

"Ela -reconheceu- acredita que tenho histórias para contar. Me viu entrar em Hollywood como diretor e quer que retome esse caminho".