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Universo "Star Wars" volta às telonas com "Rogue One"

Magdalena Tsanis

Madri

14/12/2016 06h11

Muita ação, um elenco multiétnico liderado por uma heroína (Felicity Jones) e uma firme aposta no conceito de rebeldia que definiu a trilogia original são os ingredientes de "Rogue One: Uma História Star Wars", o primeiro "spin off" da saga e que estreia nesta quinta-feira em todo o mundo.

Há aqueles que viram neste novo filme, dirigido por Gareth Edwards ("Godzilla"), uma mensagem anti-Trump, tanto pela diversidade racial e de gênero dos heróis, como pelo convite à rebelião individual, diante da ausência de lideranças claras para enfrentar o mal, ou seja, o Império.


E também pela contraposição entre o discurso da segurança, simbolizado pelo Império, contra a liberdade, pelo lado rebelde.

O certo é que as leituras políticas e a relação entre o poder e o indivíduo sempre fizeram parte do universo concebido por George Lucas no fim da década de 1970. E um dos elementos do novo filme é a apologia da subversão como caminho para o heroísmo que definiu os episódios IV, V e IV da trilogia original de "Star Wars".

O mexicano Diego Luna, os chineses Donnie Iene e Wen Jiang - um agrado ao mercado cada vez mais prioritário para Hollywood -, o afro-americano Forest Whitaker, o dinamarquês Mads Mikkelsen e o inglês de origem paquistanesa Riz Ahmed ampliam o espectro cultural do elenco de "Rogue One".

A trama ocorre exatamente antes do episódio IV e gira em torno do roubo dos projetos da Estrela da Morte, uma poderosa arma de destruição em massa que será construída pelo Império. Os fãs da saga já sabem o fim da história, contado em "Star Wars: Uma Nova Esperança" (1977). O grande mistério é como e quais os rebeldes sobrevivem à missão.

Jyn Erso (Felicity Jones) também ganhou um papel de protagonista, o que confirma a tendência feminina de "Star Wars" após o episódio VII - "Star Wars: O Despertar da Força" -, em que Daisy Ridley (Rey) tem o papel de personagem principal.

Mas não faltam figuras clássicas da série, como o próprio Darth Vader, mais uma vez com a voz de James Earl Jones, o comandante Moff Tarkin, com o ator Peter Cushing, já falecido, reconstruído digitalmente, e Bail Organa (Jimmy Smits), pai da princesa Leia Organa e que aparece na nova trilogia.

Visualmente, Edwards usou como referência para as cenas de luta a Segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietnã, buscando um maior realismo. Quase todas as gravações ocorreram nos estúdios Pinewoods, em Londres, mas uma parte crucial de "Rogue One" foi filmada nas Ilhas Maldivas e também na Jordânia.

"Rogue One" é o oitavo filme da saga "Star Wars" e o primeiro com uma história à margem da narrativa principal. Desde que a Disney comprou os direitos pela série da Lucas Film em 2012, a promessa foi de pelo menos um novo episódio por ano para compensar o investimento bilionário feito na aquisição da história de George Lucas.

Em dezembro do ano passado, "Star Wars" ganhou um sétimo episódio. "Rogue One", por sua vez, é o primeiro de uma série de "spin offs" que estrearão em anos alternados. O segundo desses filmes "alternativos" será dedicado a contar a história de Han Solo, com Alden Enrenrich assumindo o papel clássico de Harrison Ford.

Aproveitar a nostalgia, por enquanto, deu bons resultados à Disney. "O Despertar da Força", dirigido por J.J.Abrams, teve uma arrecadação global superior a US$ 2 bilhões.

Veículos de comunicação especializados dos Estados Unidos estimam que "Rogue One" arrecadará cerca de US$ 130 milhões na estreia. O valor seria inferior aos US$ 248 milhões do episódio VII no primeiro fim de semana de exibição.