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Keanu Reeves, a anti-estrela: "Sou um cara normal que gosta do que faz"

Keanu Reeves apresenta o novo filme em Berlim - AFP PHOTO / Tobias SCHWARZ
Keanu Reeves apresenta o novo filme em Berlim Imagem: AFP PHOTO / Tobias SCHWARZ

06/02/2017 17h39

Keanu Reeves é o ator com o maior faturamento da história por um único filme - ganhou US$ 126 milhões por "Matrix Reloaded", terceiro filme da trilogia "Matrix" -, mas em Hollywood, o ator é conhecido por sua simpatia e humildade, como ele mesmo gosta de afirmar: "Sou um cara normal que gosta do que faz".

Reeves não aparenta os 52 anos que tem. De fato, parece que finalmente fez aquele pacto que Al Pacino lhe ofereceu no filme "Advogado do Diabo", de Taylor Hackford.

Atencioso e educado - oferece um copo de água à reportagem da EFE antes de começar a conversa, e pergunta se o ar condicionado está forte demais -, se mostra jovial, atento e envolvido na conversa; sempre muito prudente em suas respostas, e temeroso de romper a aura zen que transmite.

"Acredito que é preciso lutar para não dar muita importância a si mesmo. Tenho os pés no chão. Sou um cara normal que gosta do que faz. Minha carreira me deu oportunidades magníficas, mas meu dia a dia é bastante normal. Posso sair na rua como qualquer um", manifestou o homem cujos filmes arrecadaram mais de US$ 3 bilhões no mundo todo.

Sua carreira sempre estará ligada a Neo e à saga "Matrix", que tem coisas em comum com sua nova aposta: "John Wick: Um Novo Dia para Matar", dirigido por Chad Stahelski e co-protagonizado por Laurence Fishburne, o Morpheus da franquia cyberpunk.

"Chad viveu todo o processo daquelas filmagens com as irmãs Wachowski; aprendeu todas as reviravoltas e absorveu muitas ideias sobre movimentos de câmera e o que deve ter no roteiro para que a história funcione", contou Reeves, que retomou os treinamentos de kung-fu para voltar a interpretar o assassino que dá nome ao filme.

"Ser parte de 'Matrix' durante tanto tempo influiu em nossas vidas e em quem somos. E isso é apreciado nestes filmes", acrescentou.

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"Oscar não é mais obsessão"

Em "John Wick: Um Novo Dia para Matar", o lendário matador retorna de sua aposentadoria devido à ameaça de um de seus antigos parceiros, que planeja tomar o controle de um grupo de assassinos e que coloca a cabeça do protagonista à preço.

"Com a primeira parte criamos algo realmente atrativo e as pessoas me pediam constantemente uma continuação", admitiu o ator, orgulhoso da violência estilizada do filme, repleto de tomadas longas muito coreografadas, quase sem cortes e com cenas de luta impactantes.

Reeves, que cita John Wick como um dos personagens dos quais mais se orgulha em sua carreira, não se incomoda com as semelhanças que muitos veem com Liam Neeson e sua surpreendente destreza como figura de ação madura em filmes como "Busca Implacável".

"Ser considerado um 'cara durão' de Hollywood é uma honra", reconheceu o ator.

Ao contrário que seu personagem, Reeves aproveita as pequenas coisas da vida: "Minha ideia da felicidade é uma boa comida, um bom vinho e andar de moto pela Sunset Boulevard".

Nascido em Beirute e criado no Canadá, aos 20 anos pegou seu primeiro carro - um Volvo 122 de 1969 - e dirigiu de Toronto até Los Angeles em busca de uma oportunidade como ator. Era a época na qual sonhava ser uma estrela Hollywood e ganhar um Oscar.

"Naquela época, aquilo significava algo para mim. Hoje não é uma obsessão", declarou, consciente de que suas atuações não despertaram clamor entre a crítica.

Suas vitórias são outras. E o público está com ele. "Isso é fundamental. Minha intenção sempre foi me conectar com o espectador", finalizou.