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Reinauguração dos cinemas da Arábia Saudita exibirá filme sobre príncipe

Imagem de divulgação de "Born a King"  - Reprodução
Imagem de divulgação de "Born a King" Imagem: Reprodução

De Riad (Arábia Saudita)

11/12/2017 18h42

Uma superprodução hispano-britânica, "Born a King" (sem título em português), será exibida na reabertura das primeiras salas de cinema que estão fechadas na Arábia Saudita desde os anos 80, anunciou o Executivo em Riad nesta segunda-feira.

As autoridades sauditas começarão a liberar licenças de no máximo 90 dias para que o mundo do cinema também faça parte das reformas sociais promovidas pelo príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman.

O órgão encarregado de dar as permissões será a Autoridade Geral de Audiovisual, que irá elaborar os regulamentos correspondentes, de acordo com o comunicado do Ministério de Cultura saudita.

Conforme a nota, os filmes exibidos nas novas salas serão submetidos à censura "conforme os critérios aplicados aos meios de comunicação no reino", entre eles o respeito a "normas e valores morais".

Em Madri, o produtor de cinema Andrés Vicente Gómez confirmou à Agência Efe que "Born a King" será o primeiro grande filme ocidental a participar da inauguração das novas salas no reino saudita. A produção, dirigida por Agustí Villaronga, é um longa rodado em inglês entre o Reino Unidos e a Arábia Saudita, com previsão estreia para o primeiro semestre do ano que vem.

Com um orçamento de US$ 18,6 bilhões, o filme (Arena Audiovisual e Celtic Films) narra a histórica visita do então príncipe Faisal a Londres de 1919. O protagonista é o jovem saudita Abdullah Ali, cujo personagem viaja à capital do Reino Unido para ser recebido na corte do Rei George V como enviado do seu pai, Abdulaziz bin Saud, fundador e primeiro rei da Arábia Saudita (1932-1953), explicou o produtor.

O elenco também conta com Ed Skrein, Hermione Corfield, Kenneth Cranham, no papel de Winston Churchill, e Laurence Fox, como o lendário Lawrence da Arábia.

Esse é o primeiro longa rodado numa Arábia Saudita que vai se abrindo ao Ocidente, assim como a China fez há 30 anos para que Bernardo Bertolucci pudesse dirigir "O último imperador" (1987).

O governo saudita prevê que o mercado do cinema possa contribuir com 90 bilhões de riales (pouco menos de R$ 80 bilhões) ao PIB e criar 30 mil postos de trabalho permanentes e mais de 130 mil empregos temporários até 2030.

As salas de cinema foram fechadas na Arábia Saudita nos anos 80, após o endurecimento das normas e a imposição de restrições rígidas às liberdades individuais, cultura, lazer e todas as manifestações artísticas.