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No ano de "Avatar", o 60º Festival de Berlim aposta na tradição e na diversidade

Cena do filme "Metropolis" (1927), de Fritz Lang, exibido no 60º Festival de Berlim - Divulgação
Cena do filme "Metropolis" (1927), de Fritz Lang, exibido no 60º Festival de Berlim Imagem: Divulgação

ALESSANDRO GIANNINI

Editor de UOL Cinema

09/02/2010 16h19

2010 é um ano que vai ficar marcado para sempre na memória de quem gosta de cinema. James Cameron revelou para o mundo o enigma e a revolução tecnológica de "Avatar". A Academia resolveu reciclar formatos e conteúdos do Oscar para dinamizar e tornar mais atraente o prêmio máximo de Hollywood. Com tudo isso, o primeiro festival europeu de cinema do ano, o Festival de Berlim, ainda aposta na tradição e na diversidade cultural para comemorar 60 anos.

O festival abre suas atividades nesta quinta (11), com a exibição de "Tuan Yuan", do chinês Wang Quan'an. O encerramento será no dia 21. Um dos pontos altos será a exibição na sexta (12) de "Metrópolis" na concepção imaginada originalmente por Fritz Lang, com 30 minutos de metragem a mais reencontrados em cópias depositadas na Cinemateca Argentina. No capítulo tributos, homenagens à atriz Hanna Schygulla e ao diretor e roteirista Wolfgang Kohlhaase.
 
A 60ª edição da Berlinale reúne na mostra competitiva, a principal seleção, 26 títulos, dos quais apenas 20 concorrem de fato aos Ursos de Ouro, Prata e ao prêmio Alfred Bauer. Entre estes, nenhum brasileiro. Como representante latino, apenas uma estreante argentina,Natalia Smirnoff, com o filme "Rompecabezas". Fora de competição, ou "hors concours" como se fala no jargão dos certames, seis produções, inclusive o filme de encerramento, "Otouto", do japonês Yoji Yamada, e a presença célebre de Martin Scorsese, com "Ilha do Medo", adaptação do romance de suspense de Dennis Lehanne, com Leonardo DiCaprio e Mark Ruffallo.

  • Divulgação

    ''Besouro'', de João Daniel Tikhormiroff, está na programação de 2010

Para comemorar seis décadas de atividades, o diretor do festival, Dieter Kosslick, se empenhou em reunir na mostra competitiva o melhor em termos de qualidade e projeção internacional. Conseguiu trazer os filmes de cinco ganhadores do Urso de Ouro, Zhang Yimou, Michael Winterbottom, Wang Quan'an, Roman Polanski e Jasmila Zbanic. Além da argentina Smirnoff, apostou em mais dois estreantes, Burhan Qurbaniu e Florin Serban. Além de resgatar nomes consagrados no circuito de festivais internacionais e do cinema independente americano, casos do dinamarquês Thomas Vinterberg, parceiro de Lars von Trier no Dogma 95, e o americano Noah Baumbach.

Participação brasileira

O Brasil, que recentemente ganhou o Urso de Ouro com "Tropa de Elite", não concorre ao prêmio este ano. Mas estará em peso nas programações paralelas, com cinco filmes recentes: "Bróder!", de Jefferson Dê; "Fucking Different São Paulo", dirigido por um coletivo de 13 diretores; "Besouro", de João Daniel Tikhormiroff; o documentário "Lixo Extraordinário", de Lucy Walker, com co-direção de João Jardim e Karen Harley; "Os Famosos e os Duendes da Morte", de Esmir Filho, e o curta "Avós", do uruguaio radicado em São Paulo Michael Wahrnann.

A aventura sobre um lendário capoeira "Besouro" e o filme coletivo "Fucking Different São Paulo" estão na mostra Panorama. O documentário sobre Vik Muniz e a reciclagem de lixo no Jardim Gramaxo, em Duque de Caxias, "Lixo Extraordinário", estará na seção Panorama Dokumente. E "Bróder!", longa de estreia de Jefferson Dê, com Cauã Raymond, faz parte da seção Panorama Special. Outro longa de estreia, "Os Famosos e os Duendes da Morte", de Esmir Filho, estará na Generation 14plus. E o curta "Avós" fará parte da mostra de curtas da seção "Generation".

 

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