Freddy Krueger: o assassino que ganhou status de ídolo pop; veja o perfil do personagem
![Freddy Krueger nas versões de 1984 (à esquerda) e de 2010 - Reprodução](https://ci.i.uol.com.br/cinema/2010/05/07/freddy-krueger-nas-versoes-de-1984-a-esquerda-e-de-2010-1273266691990_560x400.jpg)
Assassino de crianças. Mestre dos sonhos. Ídolo Pop. Freddy Krueger, um dos monstros mais famosos do cinema, está de volta no remake do primeiro "A Hora do Pesadelo", agora com o indicado ao Oscar Jackie Earle Haley como dono das garras de aço e queimaduras horrendas.
Antes de Haley, Krueger foi interpretado apenas por Robert Englund, um simpático ator de formação clássica que desempenhou o papel em sete filmes da série "A Hora do Pesadelo", além do encontro "Freddy Vs. Jason" e uma série de televisão da década de 80, batizada no Brasil de "A Hora do Pesadelo: O Terror de Freddy Krueger", que rendeu 44 episódios. Uma trajetória longa e de sucesso, mas que começou com um projeto complicado.
Um jovem Wes Craven desenvolveu o conceito de um assassino que atacava nos sonhos em 1981, mas só conseguiu realizar seu filme três anos depois, após ser rejeitado por todos os grandes estúdios. O projeto foi abraçado por uma minúscula New Line Cinema, conhecida até então apenas como distribuidora de filmes Cult, como "Pink Flamingos" de John Waters, e fitas estrangeiras baratas como "Karatê Mortal", filme de ação do astro japonês Sonny Chiba, e "Átor - O Invencível", uma cópia italiana vagabunda de "Conan - O Bárbaro". Robert Shaye, fundador da empresa, demorou a conseguir financiamento depois da desistência de alguns parceiros europeus até que, por fim, conseguiu US$1,8 milhão para tocar as filmagens.
FICHA DE FREDDY KRUEGER
Nome completo: | Frederick Charles Krueger |
Principais crimes: | assassinato de jovens na rua Elm |
Características: | pele queimada, suéter listrado, chapéu de feltro |
Arma principal: | luva com lâminas que imitam garras |
Cidade natal: | Springwood, Ohio |
Poderes: | manipulação de sonhos |
Criado por: | Wes Craven |
Primeira aparição: | "A Hora do Pesadelo" (1984) |
Interpretado por: | Robert Englund, Jackie Earle Haley |
"A Hora do Pesadelo", lançado em 1984 nos EUA, se destacou dos demais filmes de horror da época por seu clima de delírio onírico. Ainda chamado de Fred Krueger, o vilão era capaz de manipular os sonhos dos jovens para tomar suas vidas e almas, confundindo tanto os mocinhos quanto o público. Deu tão certo que o filme explodiu em popularidade e rendeu mais de US$ 25 milhões nas bilheterias dos EUA. A partir dali, a New Line ficou conhecida como "a casa que Freddy construiu". No Brasil o filme também fez sucesso, mas foi quase perdido na febre da "espantomania", período em que vários filmes de terror foram chamados de "A Hora de qualquer coisa", a exemplo de "A Hora do Lobisomem" ou "A Hora dos Mortos-Vivos", para aproveitar o sucesso de "A Hora do Espanto", filme de vampiros de Tom Holland.
Logo uma longa lista de continuações foi criada. O segundo, "A Hora do Pesadelo 2: A Vingança de Freddy", foi desenvolvido rapidamente para lançamento no ano seguinte e é certamente um dos mais fracos, sem o envolvimento de Craven. O diretor só voltou a lidar com sua criação ao supervisionar o terceiro filme, "A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos", quando Freddy virou piadista e ganhou contornos mais cartunescos. A essa altura, o monstro já estampava camisetas, bonés, canecas e até mesmo lancheiras, mochilas e jogos de videogame.
A continuação "A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos" fez sucesso, mas quando o fraco "A Hora do Pesadelo 5: O Maior Horror de Freddy" apontou sinais de desgaste do personagem, a New Line Cinema resolveu matar sua galinha dos ovos de ouro. Em 1991 foi lançado "O Pesadelo Final: A Morte de Freddy", um trabalho equivocado que, além de tentar explorar as origens do vilão de forma pouco inspirada, resolveu apresentar seus 15 minutos finais, com a morte de Krueger, em 3D. O desfecho patético foi visto no Brasil só no ano seguinte, mas o 3D foi mantido graças aos óculos de papel com lentes azul e vermelha fornecidos nas salas pela Paris Filmes, distribuidora do longa na ocasião.
Um vilão tão interessante e cheio de recursos, que já havia se disfarçado de televisão, bruxa, tubarão e até personagem de videogame para assassinar jovens sonolentos, não iria ficar fora das telas por muito tempo. Wes Craven voltou em 1994 e ressuscitou o personagem em um grande exercício de metalinguagem, "Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy", onde ele, Robert Englund e toda a equipe que produziu os filmes na vida real se tornaram vítimas. Craven, inclusive, veio a reutilizar o conceito para desenvolver outra grande franquia de sucesso, a série "Pânico".
Englund retornou mais uma vez ao papel de sua carreira no duelo "Freddy Vs. Jason", contra o calado vilão da série "Sexta-Feira 13". Ao final do filme o vencedor não ficou bem claro, com pistas de que ambos poderiam retornar. Foi o que aconteceu, mas não da maneira esperada. As duas franquias foram zeradas e ganharam remakes, encerrando ao menos por enquanto, sua longa cronologia.
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