Freddy Krueger: o assassino que ganhou status de ídolo pop; veja o perfil do personagem
Assassino de crianças. Mestre dos sonhos. Ídolo Pop. Freddy Krueger, um dos monstros mais famosos do cinema, está de volta no remake do primeiro "A Hora do Pesadelo", agora com o indicado ao Oscar Jackie Earle Haley como dono das garras de aço e queimaduras horrendas.
Antes de Haley, Krueger foi interpretado apenas por Robert Englund, um simpático ator de formação clássica que desempenhou o papel em sete filmes da série "A Hora do Pesadelo", além do encontro "Freddy Vs. Jason" e uma série de televisão da década de 80, batizada no Brasil de "A Hora do Pesadelo: O Terror de Freddy Krueger", que rendeu 44 episódios. Uma trajetória longa e de sucesso, mas que começou com um projeto complicado.
Um jovem Wes Craven desenvolveu o conceito de um assassino que atacava nos sonhos em 1981, mas só conseguiu realizar seu filme três anos depois, após ser rejeitado por todos os grandes estúdios. O projeto foi abraçado por uma minúscula New Line Cinema, conhecida até então apenas como distribuidora de filmes Cult, como "Pink Flamingos" de John Waters, e fitas estrangeiras baratas como "Karatê Mortal", filme de ação do astro japonês Sonny Chiba, e "Átor - O Invencível", uma cópia italiana vagabunda de "Conan - O Bárbaro". Robert Shaye, fundador da empresa, demorou a conseguir financiamento depois da desistência de alguns parceiros europeus até que, por fim, conseguiu US$1,8 milhão para tocar as filmagens.
FICHA DE FREDDY KRUEGER
Nome completo: | Frederick Charles Krueger |
Principais crimes: | assassinato de jovens na rua Elm |
Características: | pele queimada, suéter listrado, chapéu de feltro |
Arma principal: | luva com lâminas que imitam garras |
Cidade natal: | Springwood, Ohio |
Poderes: | manipulação de sonhos |
Criado por: | Wes Craven |
Primeira aparição: | "A Hora do Pesadelo" (1984) |
Interpretado por: | Robert Englund, Jackie Earle Haley |
"A Hora do Pesadelo", lançado em 1984 nos EUA, se destacou dos demais filmes de horror da época por seu clima de delírio onírico. Ainda chamado de Fred Krueger, o vilão era capaz de manipular os sonhos dos jovens para tomar suas vidas e almas, confundindo tanto os mocinhos quanto o público. Deu tão certo que o filme explodiu em popularidade e rendeu mais de US$ 25 milhões nas bilheterias dos EUA. A partir dali, a New Line ficou conhecida como "a casa que Freddy construiu". No Brasil o filme também fez sucesso, mas foi quase perdido na febre da "espantomania", período em que vários filmes de terror foram chamados de "A Hora de qualquer coisa", a exemplo de "A Hora do Lobisomem" ou "A Hora dos Mortos-Vivos", para aproveitar o sucesso de "A Hora do Espanto", filme de vampiros de Tom Holland.
Logo uma longa lista de continuações foi criada. O segundo, "A Hora do Pesadelo 2: A Vingança de Freddy", foi desenvolvido rapidamente para lançamento no ano seguinte e é certamente um dos mais fracos, sem o envolvimento de Craven. O diretor só voltou a lidar com sua criação ao supervisionar o terceiro filme, "A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos", quando Freddy virou piadista e ganhou contornos mais cartunescos. A essa altura, o monstro já estampava camisetas, bonés, canecas e até mesmo lancheiras, mochilas e jogos de videogame.
A continuação "A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos" fez sucesso, mas quando o fraco "A Hora do Pesadelo 5: O Maior Horror de Freddy" apontou sinais de desgaste do personagem, a New Line Cinema resolveu matar sua galinha dos ovos de ouro. Em 1991 foi lançado "O Pesadelo Final: A Morte de Freddy", um trabalho equivocado que, além de tentar explorar as origens do vilão de forma pouco inspirada, resolveu apresentar seus 15 minutos finais, com a morte de Krueger, em 3D. O desfecho patético foi visto no Brasil só no ano seguinte, mas o 3D foi mantido graças aos óculos de papel com lentes azul e vermelha fornecidos nas salas pela Paris Filmes, distribuidora do longa na ocasião.
Um vilão tão interessante e cheio de recursos, que já havia se disfarçado de televisão, bruxa, tubarão e até personagem de videogame para assassinar jovens sonolentos, não iria ficar fora das telas por muito tempo. Wes Craven voltou em 1994 e ressuscitou o personagem em um grande exercício de metalinguagem, "Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy", onde ele, Robert Englund e toda a equipe que produziu os filmes na vida real se tornaram vítimas. Craven, inclusive, veio a reutilizar o conceito para desenvolver outra grande franquia de sucesso, a série "Pânico".
Englund retornou mais uma vez ao papel de sua carreira no duelo "Freddy Vs. Jason", contra o calado vilão da série "Sexta-Feira 13". Ao final do filme o vencedor não ficou bem claro, com pistas de que ambos poderiam retornar. Foi o que aconteceu, mas não da maneira esperada. As duas franquias foram zeradas e ganharam remakes, encerrando ao menos por enquanto, sua longa cronologia.
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