"No set, eu era a irmã mais nova deles", diz Alice Braga sobre elenco masculino de "Predadores"
Alice Braga faz o papel da única mulher entre os personagens principais de "Predadores", ficção científica de ação produzida por Robert Rodriguez e dirigida por Nimród Antal que estreia na sexta (23). Com argumento de Rodriguez, o filme mostra fatos anteriores ao que é narrado no primeiro filme da série. Houve uma primeira tentativa de filmá-lo com a Paramount, mas o projeto não foi adiante. O cineasta, então, assumiu os riscos.
Braga faz parte de um grupo que tem em comum a especialidade em matar. Todos são sequestrados pelos predadores alienígenas e enviados a um planeta em que suas habilidades serão colocadas à prova. Da Europa, a atriz conta em entrevista por e-mail ao UOL Cinema que se divertiu fazendo o filme e trabalhando com Adrien Brody e Laurence Fishburne, entre outros atores. E revela, entre outras coisas, que tem dois projetos em andamento no Brasil, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro.
UOL Cinema - Com sua participação em "Predadores", você delimitou definitivamente o seu espaço como atriz no cinema americano. Existe o desejo de se dedicar inteiramente às produções internacionais? Ou ainda pretende dividir seu tempo entre Brasil e EUA?
Alice Braga - Existe um desejo de trabalhar onde quer que seja. Quero demais seguir trabalhando tanto nos EUA como no Brasil, como tenho feito. "Cabeça a Prêmio" [de Marco Ricca] estreia agora, no dia 20 de agosto. Meu maior desejo é trabalhar.
UOL Cinema - Você alterna papéis em produções sofisticadas como "Ensaio Sobre a Cegueira" e ficções científicas como "Eu Sou a Lenda", "Repo Men" (ainda inédito no Brasil) e o próprio "Predadores". Ainda por cima, participa de produções mais autorais, como "Cabeça à Prêmio". Você mesmo escolhe os seus projetos, quais são os critérios de escolha e ainda pretende fazer esses filmes com orçamento pequeno e sem tantos recursos no Brasil?
Alice Braga - Eu mesma escolho. Claro que busco a opinião de quem confio e admiro, mas busco projetos que sejam um novo desafio, diferente de algo que já tenha feito. Uma nova personagem, um novo universo, novos diretores, equipes.... O tamanho, o orçamento, onde é feito, suas bandeiras são detalhes que não me influenciam.
UOL Cinema - Você é a única mulher em um grupo de assassinos profissionais com alto grau de testosterona. Como se sentiu no meio de todos aqueles brucutus e como foi a relação com seus colegas durante as filmagens? Contracenar ao mesmo tempo com Adrien Brody e Laurence Fishburne não é exatamente uma constante na vida de um ator!
Alice Braga - Foi divertido. Um desafio. A personagem tinha que ter a mesma garra e força que todos os homens. Se impor ali no meio, devo assumir, foi um processo engraçado. Todos me trataram com muito carinho e companheirismo, cuidavam de mim e eu deles. Chamava eles de "my boys" porque era a única garota no set. Me tornei de certa forma, a irmã mais nova de todos [e na realidade, sou mais nova que eles]. Contracenar com atores como esses dois foi um desafio e um prazer. Às vezes, me pegava no meio de um ensaio observando, como um espectador em uma peça, o trabalho deles.
No meu primeiro ensaio com Laurence Fishburne esqueci minha fala completamente. Por isso, foi um desafio ficar concentrada para não me deixar levar pela eterna admiração que sempre tive por eles.
TRAILER DO FILME "PREDADORES"
UOL Cinema - Qual o momento mais divertido e o momento mais perigoso das filmagens de "Predadores", se é que houve algum?
Alice Braga - O mais divertido foi fazer a cena que caímos de uma altura de quase 30 metros em um lago com uma cachoeira ao fundo, no Havaí. Claro que fizemos somente a parte ja dentro da água, mas estávamos tão felizes de estar ali que não conseguimos nem fazer a cena direito, de tanta risada que demos. O momento mas perigoso foi correr no meio de uma floresta com muitas árvores. Parece simples mas quando se esta correndo pela sua vida, com um rifle que pesa 6 kg, em um caminho com muitos obstáculos (raízes de árvores e caminhos estreitos), a probabilidade de se machucar se torna grande.
UOL Cinema - O Sergio Machado sempre usa como exemplo uma história que aconteceu com você durante as filmagens de "Cidade Baixa" para mostrar a importância da preparação e do ensaio antes de começar a filmar. Depois de passar por tantas experiências em um cinema industrial como o americano, você se submeteria a uma preparação como a do filme de Machado?
Alice Braga - Totalmente. Acho qualquer processo de preparação necessário e importante. Cada filme exige uma preparação e qualquer que seja ela gosto de me entregar 100%. O processo do "Cidade Baixa" me ensinou demais. Admiro muito o trabalho da Fátima [Toledo] e com certeza, faria de novo.
UOL Cinema - Desde que fez "Ensaio Sobre a Cegueira" e, depois, trabalhou sob a direção de David Mamet, os papéis em produções internacionais tem se repetido. Como anda o trabalho do seu agente? Ele tem recebido muitos telefonemas? O que tem reservado para o futuro que possa nos contar, aqui no Brasil e no exterior?
Alice Braga - É interessante porque o trabalho dos agentes tanto no Brasil como nos EUA é igual. Buscam testes e possíveis projetos para eu me envolver. Estou participando no desenvolvimento de dois projetos. Um em São Paulo e outro no Rio.
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