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O renascimento dos roteiros puramente de cinema

Para criar o universo de "Star Wars", o diretor e roteirista George Lucas teva a consultoria de acadêmicos - Divulgação
Para criar o universo de "Star Wars", o diretor e roteirista George Lucas teva a consultoria de acadêmicos Imagem: Divulgação

EDU FERNANDES

Da Redação

24/07/2010 07h04

Há mais de 30 anos era lançado o primeiro filme (ou seria o quarto?) da franquia "Star Wars" e assim começou uma onda de grandes histórias escritas diretamente para o cinema. Esses universos oriundos do meio cinematográfico são muito propícios para o licenciamento de produtos e a criação de "spin-offs" (como "Caravana da Coragem" foi para "Star Wars").

Depois das naves e sabres de luz, foi a vez de Indiana Jones, "Karatê Kid", "De Volta para o Futuro" e tantos outros que renderam muito lucro para os estúdios. Em 1999 surge "Matrix", o último grande nome do século.

A partir daí, parece que os produtores ficaram mais temerosos e só apostaram em adaptações de outros meios e remakes quando o assunto era grandes lançamentos de cinema.

Com a virada do milênio, a indústria ficou por dez anos nessa tendência, com "O Senhor dos Anéis" e Harry Potter sendo os maiores representantes do mundo literário que se transformaram em franquias de sucesso. Nessa época, as histórias em quadrinhos tornaram-se outro grande celeiro de enredos lucrativos.

Parecia que os roteiros originais iriam ficar restritos a pequenos projetos autorais e produções independentes, como "Pequena Miss Sunshine". Até que, depois de mais de 10 anos de preparação, James Cameron traz para as telas o mundo de Pandora, com idioma e biosfera próprios.

Menos de um ano depois do fenômeno que foi "Avatar", Christopher Nolan apresenta um mundo de sonhos com "A Origem", uma estreia de respeito nos Estados Unidos.

  • Os efeitos 3D de "Avatar" impressionaram os olhos de muitos espectadores

Como os dois cineastas conseguiram quebrar essa realidade de que nada mais poderia ser criado pensando diretamente em cinema? O peso que seus nomes têm na indústria com certeza foi um fator determinante. Vale lembrar que, antes dos títulos em questão, ambos dirigiram filmes que quebraram a barreira de US$ 1 bilhão em bilheteria – James Cameron com "Titanic" e Christopher Nolan com "Batman - O Cavaleiro das Trevas".

Outro elemento que faz os executivos de Hollywood acender o sinal verde para um projeto são os nomes do elenco.

Nesse ponto, "A Origem" tem estrelas saindo pelo ladrão. Encabeçado por Leonardo DiCaprio, os demais atores de destaque são: Ellen Page, Ken Watanabe, Marion Cotillard e Michael Caine - todos eles ganhadores ou indicados ao Oscar em anos passados.

Para "Avatar", Cameron convidou sua parceira de longa data Sigourney Weaver e tinha como protagonista Sam Worthington. Na época do lançamento, o ator australiano já era conhecido por seu trabalho em "O Exterminador do Futuro: A Salvação" , no qual era coadjuvante e roubou a cena – da mesma forma que Harrison Ford fez em "Star Wars", antes de ganhar sua franquia própria com Indiana Jones.

  • Em "A Origem", Nolan usa efeitos especiais mecânicos, deixando de lado o vício da computação gráfica

A esperança é que o medo extremo dos investidores tenha sido ao menos aliviado com a resposta positiva desses dois títulos. A lição que se tira é que algumas leis do cinema são as mesmas desde a época dos filmes mudos: grandes nomes e boas histórias são suficientes para atrair espectadores para as salas de projeção.