Cheio de detalhes, "A Origem" merece ser visto em Imax por fãs
Com salas de cinema concentradas em shopping centers, normalmente em bairros de classe média ou alta, os ingressos são artigos que pesam no orçamento da maioria dos brasileiros. Nas salas 3Ds, o preço para assistir a essas produções são mais salgados. Finalmente, salas de luxo com bancos reclináveis de couro e salas Imax estão em um nível superior de preços.
Com isso, assistir a um filme na maior tela disponível pode sair por mais de R$30 - valor que corresponde a mais do que um dia de trabalho para quem ganha salário-mínimo. Por isso, sempre que um novo filme chega em solo brasileiro para ser exibido em Imax, é preciso pensar cuidadosamente se o investimento vale a pena.
É o caso de “A Origem”, que chega aos cinemas brasileiros no dia 6 de agosto, inclusive nas salas Imax. A boa notícia que o filme dirigido por Christopher Nolan (Batman - O Cavaleiro das Trevas) não é uma projeção em 3D.
Apesar de os filmes com óculos parecerem cada vez mais a tábua de salvação de um mercado prejudicado pela pirataria, há algumas desvantagens no suporte. A começar pelos próprios óculos, que escurecem o filme e são um fardo para quem já usa lentes corretivas para miopia, por exemplo. Outro problema está na linguagem, que não suporta tomadas próximas e cenas muito aceleradas.
“A Origem” tem planos magníficos que seriam impensáveis para um filme 3D, como enquadramentos fechados nos rostos dos atores. A história é envolvente e a tela gigante realmente ajuda na imersão para o mundo de sonhos bolado pela mente criativa de Nolan.
Por outro lado, uma parcela grande dos espectadores sente-se confusa por uma história que tem vários níveis. Um exemplo: logo nos primeiros minutos, os personagens entram em um sonho dentro de outro sonho. Diante de um roteiro intrincado, uma distração pode complicar a compreensão do todo. Nesse caso, dispor de uma quantia grande de dinheiro pelo ingresso de um filme que não se entende será uma frustração tão grande quanto a tela Imax.
A melhor opção, já que as pessoas que aprovam o filme o fazem com veemência, parece deixar a sala Imax para uma segunda sessão. Assim, gasta-se bem menos em uma projeção tradicional para testar a aceitação de “A Origem” e depois o recém-conquistado fã segue para a tela gigante para absorver mais detalhes e se esbaldar com a melhora na qualidade de imagem e som.
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