Eva Mendes diz ter escolhido adereços para cena de sexo com Ferrell em ''Os Outros Caras''

Na ausência de Will Ferrell, Eva Mendes foi o destaque cômico da coletiva de imprensa de “Os Outros Caras”, concedida recentemente em Cancún. Ao lado de Mark Wahlberg, Dwayne Johnson e o diretor Adam McKay, a atriz fez piadas e revelações sobre adereços que levou ao set para cena de sexo com Ferrel, seu par romântico na trama. “Sheila (Mendes) e Allen (Ferrel) são um casal estranho. Então pensei: 'estas pessoas devem ser excêntricas na cama'”, disse. “Basicamente, levei coisas loucas, como um enfeite de cabeça indiano, um óculos de aviador e uma barba de Abraham Lincoln”.

As imagens ficaram fora do filme mas, segundo McKay, não ficarão escondidas. “Certamente vão para o DVD. A versão mais bagunçada tem Eva com a barba de Lincoln”, disse o diretor, sorrindo.

O clima descontraído dos bastidores, especialmente entre a atriz e o diretor, transpareceu na entrevista, com provocações mútuas e uma ameaça declarada de Mendes. “Se eu não estiver em 'O Âncora 2', você terá sérios problemas”, brincou, referindo-se à possibilidade de uma sequência da comédia de 2003 também dirigida por McKay e estrelada por Ferrell. Por ora, a comédia “Os Outros Caras” está em cartaz nos EUA, onde estreou em primeiro lugar nas bilheterias, e deve chegar ao Brasil em 8 de outubro.

Dupla contra o crime

O filme se apóia em piadas escrachadas, situações inverossímeis e na veia cômica já conhecida de Will Ferrell. Uma delas é mostrar o pouco atraente Allen como alvo de assédio de mulheres muito bonitas - entre elas, a curvilínia Sheila (Eva Mendes), com quem é casado. De carona no carisma de Ferrell, Mark Wahlberg interpreta Terry, um policial mais neurótico do que engraçado. Com o papel, o ator dá os primeiros passos num gênero em que tem pouca experiência. “Fico contente de ter esperado um tempo para fazer comédia, por que eu me levava muito a sério para tentar coisas e para arriscar parecer bobo”, disse Wahlberg.

Tanto Allen quanto Terry são empregados no setor burocrático da polícia de Nova York e resolvem unir forças para sair às ruas contra o crime. Entretanto, como são vistos como “perdedores”, suam para passar credibilidade ao chefe, interpretado por Michael Keaton, e os outros funcionários, todos acostumados a idolatrar uma dupla fisicamente mais convincente: P.K. Highsmith (Samuel L. Jackson) e Christopher Danson (Dwayne Johnson).

Fortes e altos, os personagens de Jackson e Johnson são uma sátira a filmes de duplas policiais, conhecidos em inglês como "buddy cops movies". “Nós brincamos com o gênero, que ficou esquecido por cerca de dez anos", disse McKay. "Se você for ver, não há muitos filmes recentes desse gênero. Os clichês se acumularam tanto que ficou difícil se livrar deles”.

Enquanto P.K. e Danson parecem policiais imbatíveis, capazes de escapar de inúmeras balas e explosões, a dupla de Allen e Terry se mostra mais propensa a trapalhadas e situações pouco heróicas, como na cena em que Wahlberg arrisca, com sucesso, passos delicados de balé. O clima do set ajudou ousadias como estas, afirma o ator. "Eu esperava que Adam dissesse: 'Ok, vamos parar de brincadeira, agora temos que ser sérios', mas ele nunca disse".

* (A repórter viajou para o México a convite da Sony Pictures)