Festival de Curtas mostra os futuros grandes nomes do cinema

Assistir a curtas-metragens pode se provar uma experiência interessante, como olhar para uma janela para o futuro do cinema. Uma evidência desse presságio positivo está no filme de Daniel Ribeiro, o sensível “Eu não Quero Voltar Sozinho”, que foi muito bem-recebido na primeira sessão do programa Mostra Brasil 7 do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo. A reação da plateia presente no CineSESC na noite de sexta-feira (20) provou que o jovem cineasta é uma das promessas do nosso país.

Os maiores aplausos da sessão aconteceram depois que o curta de Daniel foi projetado, justificando os prêmios que o filme conquistou no Festival de Paulínia, realizado no mês passado no interior de São Paulo. Os demais curtas apresentados receberam aplausos protocolares, em sua maioria.

Hoje o programa com curtas brasileiros será exibido às 18h no CCSP e na terça-feira (24) acontece a última chance de assistir ao programa Mostra Brasil 7, na sessão das 19h que acontecerá na Cinemateca.

“Eu não Quero Voltar Sozinho” conta a história de Leonardo, um estudante cego que frequenta o ensino médio. Quando um novo aluno chega na escola, Leonardo apaixona-se, provocando ciúmes em Giovana, sua melhor amiga.

Daniel aproveita-se da deficiência sensorial de seu protagonista para usar as possibilidades criativas do enredo. A cegueira de Leonardo é expressa na tela com enquadramentos próximos e inteligentes mudanças de foco.

Realizadores que já comandaram longas-metragens estão na programação do Festival, como Petrus Cariry (O Grão) que também participa do programa Mostra Brasil 7 com o reflexivo “O Som do Tempo”, representante cearense na sessão. Daniel Ribeiro foi premiado em Berlim com seu curta anterior (“Café com Leite”) e, com a criatividade mostrada em “Eu não Quero Voltar Sozinho”, pavimenta seu caminho para esse objetivo.