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Festival de Curtas contempla do real ao absurdo em sua programação

EDU FERNANDES

Colaboração para o UOL

26/08/2010 07h00

Ao comparar dois curtas que a princípio parecem ser bem parecidos, pode-se ter uma noção da amplitude dos filmes selecionados para o Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo. “Salto Mortal” e “Incidente no Banco” são europeus, com histórias contemporâneas e tem duração parecida - cerca de dez minutos cada.

Ambos serão exibidos amanhã no CineSESC: “Salto Mortal” pelo programa 2 da Mostra Internacional (21h) e “Incidente no Banco” pelo programa 5 (19h). Contudo, as semelhanças param por aí.

O holandês “Salto Mortal” conta a história de um homem que, ao completar 50 anos de idade, decide saltar de para-quedas pela primeira vez em sua vida. Seu medo inicial só é potencializado quando o instrutor que o acompanhará descobre que sua esposa o abandonou. Como colocar sua vida nas mãos de um homem decepcionado com a vida, que apresenta comportamento suicida? Com toques de humor negro, o curta diverte pelo absurdo.

Com uma tônica muito mais séria, o sueco “Incidente no Banco” relata os acontecimentos reais de um assalto ocorrido em 2006. O diretor Ruben Östlund opta por usar um plano-sequência (sem cortes) para contar a história. A câmera fica o tempo todo fixa e segue a ação com movimentos e zooms, como se fosse uma câmera de segurança de circuito fechado.

Com outros acontecimentos triviais enquanto a dupla de ladrões invade o prédio para efetuar o assalto, o curta mostra a indiferença pelo próximo que se experimenta ao viver em um grande centro urbano. A maioria dos personagens só é motivada a permanecer no local por causa da curiosidade, não pela preocupação com o ocorrido. A frieza do posicionamento da câmera enfatiza a mensagem a ser transmitida.