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Diretor do sucesso "A Mulher Invisível", Cláudio Torres prepara nova comédia

O diretor Cláudio Torres ao lado de Wagner Moura no set de "O Homem do Futuro" - Divulgação/Ricardo Picchi
O diretor Cláudio Torres ao lado de Wagner Moura no set de "O Homem do Futuro" Imagem: Divulgação/Ricardo Picchi

ALYSSON OLIVEIRA

Especial para o UOL, do Cineweb

30/08/2010 07h04

Quem correr os olhos na filmografia do carioca Cláudio Torres, pelos títulos de seus últimos trabalhos, achará que um de seus gêneros favoritos é a ficção científica. E não estará errado. Basta checar “A Mulher Invisível” e agora “O Homem do Futuro”, que ele filma nos estúdios da cidade de Paulínia (SP). Mas o cineasta gosta de combinar esse gênero com outro, a comédia romântica.

“Filmes nascem de premissas. E a premissa que me veio à cabeça foi: o que diria para eu mesmo se pudesse me encontrar 20 anos mais jovem? Que consequências isso traria na vida que eu tive?”, conta Torres em entrevista ao UOL Cinema, explicando a origem de seu novo trabalho. A partir daí, ele escreveu o roteiro de “O Homem do Futuro”, que deve chegar aos cinemas no segundo semestre de 2011, e tem Wagner Moura (“Tropa de Elite”), no papel-título.

O personagem foi escrito para o ator e, segundo o diretor, Moura deverá surpreender a todos que estão acostumados a vê-lo em trabalhos mais dramáticos. “Na comédia, ele se dá tão bem quanto no drama, porque ele sempre busca o humano. Wagner é um ator realmente maravilhoso, extraordinário, eu diria. Um astro que não é estrela - é gente. E isso imprime na tela”.

Além de Moura, o elenco também conta com Maria Luiza Mendonça e Alinne Moraes, no papel da amada do protagonista. “O filme é a história de um homem que volta para o passado e vê a chance de mudar a sua vida. Ele era gago e sem graça, e a menina que amava era a mais bonita da escola. Agora, ela é modelo, ele, professor de faculdade. Quando ele muda coisas no passado, altera o presente e atrapalha tudo”, antecipa a produtora do filme, Tatiana Quintella.

Para o diretor, fazer comédia é a possibilidade de levar o público a pensar. “Acho comédia um gênero subestimado pela critica e pela academia, porém adorado pelo publico. É assim no mundo inteiro. Adoro trabalhar rindo, adoro ver a plateia rir e adoro rir da vida. Você ri porque pensa. Então vou pensando o mundo na forma de comédia”. Mas ele também não descarta a possibilidade de trabalhar com outros gêneros. "Gostaria de fazer uma ficção científica a sério ou uma aventura. Dos dramas eu tenho medo. Admiro a coragem do José Padilha e do Fernando Meirelles, estes caras não têm medo do abismo e fazem filmes sensacionais que mudam o país. Eu fujo dos temas mais pesados. Ou, pelo menos, tento abordá-los de uma maneira mais bem humorada”.

Apesar do grande sucesso de “A Mulher Invisível” no ano passado, com 2,3 milhões de ingressos e a segunda maior bilheteria nacional de 2009, o diretor confessa que ainda não tem a verba completa para finalizar “O Homem do Futuro”. “Estamos procurando empresas que queiram associar a sua marca a um filme divertido. Ele vai fazer bilheteria”, promete.

Trabalhando no quarto longa de sua carreira (além de ter dirigido o episódio "Diabólica" dentro da obra coletiva "Traição), o diretor confessa que aprendeu seu ofício na prática. “Uma coleção de erros e acertos fazem com que você lide com as adversidades sem lutar contra elas”, acredita. Uma das lições que tirou foi que “o publico gosta de entender cedo se é para rir, chorar ou se apavorar. Uma vez estabelecido isso, ele está livre para desfrutar e eventualmente ser até surpreendido”.

Torres também confessa que não tem planos de trabalhar no exterior, mesmo com a possibilidade de um remake americano de “A Mulher Invisível”. “A Warner comprou os direitos para a versão americana . Não sei se vão chegar a fazê-lo. Não gostaria de filmar como diretor lá fora. Quero filmar no Brasil, na minha língua, com meus amigos, perto dos meus filhos e da minha família”. Tanto que nem se anima a arriscar um palpite para o elenco da possível refilmagem. “Não consigo pensar em ninguém. Teriam que ser pessoas com tanto talento como o Selton [Mello] ou com a mesma aura da Luana [Piovani], o que, convenhamos, não é muito fácil de se encontrar por aí”.