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Correspondentes estrangeiros elogiam ''Tropa de Elite 2'', mas acham que filme tem menos apelo no exterior

Levado ao cargo de subsecretário de Segurança Pública do Rio, Nascimento enfrenta inimigos nas altas esferas - Divulgação
Levado ao cargo de subsecretário de Segurança Pública do Rio, Nascimento enfrenta inimigos nas altas esferas Imagem: Divulgação

ANDRÉ GORDIRRO

Colaboração para o UOL, do Rio

07/10/2010 17h45

A canção-tema de "Tropa de Elite" diz que ela é “osso duro de roer e também vai pegar você”. Foi verdade com o primeiro filme, que arrematou o Urso de Ouro em Berlim, prova que a obra teve grande repercussão internacional. O capitão Nascimento pegou os gringos pelo pescoço uma vez, mas será que repete o feito na continuação? Parte da imprensa estrangeira que viu "Tropa de Elite 2" nesta sexta (8) acha que não. O filme teve uma sessão fechada para elenco, produção, familiares e amigos, além de jornalistas estrangeiros e veículos como o UOL Cinema.

A opinião geral dos jornalistas gringos é que o longa-metragem é mais maduro e profundo que a obra original, porém a trama voltada para os meandros da política de segurança pública do Rio pode afastar o público estrangeiro. “O primeiro foi um grande sucesso na Argentina. Ele fala de um clichê mundial, as favelas do Rio, e essa continuação tem um foco mais local”, considera Alberto Armendariz, do jornal argentino "La Nación".

O espanhol Luis Tejero, do "El Mundo", concorda que o tema é de interesse maior do público brasileiro do que o estrangeiro, mas considera "Tropa de Elite 2" um “aperfeiçoamento”. “É um filme que vai além do primeiro”, resume. O conterrâneo Manuel Perez, da agência espanhola de notícias Efe, faz coro. “É uma obra mais voltada para o Brasil, porém, é um filme corajoso. Continua com o tom de documentário que fez o primeiro ser um sucesso por parecer tão real”.

ASSISTA AO BATE-PAPO COM O DIRETOR JOSÉ PADILHA SOBRE ''TROPA DE ELITE 2''

O jornalista português Paulo Portugal, do "Correio da Manhã", discorda quanto ao realismo e admite que teve problemas em vencer o que ele chamou de “grau de caricatura” na composição dos personagens em determinadas situações. “Chega a um ponto que parece uma realidade fantástica, mas é um filme mais maduro e mais forte que o primeiro, que já era uma bomba”.

Questionado por esses mesmos jornalistas sobre qual seria a repercussão de "Tropa de Elite 2" no exterior, o diretor José Padilha aposta que o drama humano vá aproximar o filme de qualquer público, seja ele brasileiro ou internacional. “O que importa são as relações humanas, o que move a trama é a dramaturgia dos personagens e isso ressoa para qualquer plateia”, fala o cineasta, que se diz absolutamente tranquilo e sem “frio na barriga” às vésperas da estreia. “Estou como o Romário ao cobrar um pênalti”.