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"Acho que eu e Rony nos tornamos uma única pessoa", diz Grint sobre papel em "Harry Potter"

Rony Weasley (Rupert Grint) e Harry Potter (Daniel Radcliffe) em cena de "Relíquias da Morte - Parte 1" - Divulgação
Rony Weasley (Rupert Grint) e Harry Potter (Daniel Radcliffe) em cena de "Relíquias da Morte - Parte 1" Imagem: Divulgação

THAÍS FONSECA

Enviada especial a Londres

10/11/2010 08h00

Apesar da intenção de buscar projetos bem diferentes de "Harry Potter" num futuro próximo, Rupert Grint transparece, na vida real, algo de Rony Weasley. Com um sorriso frequente no rosto e um ar avoado, o ator passa a imagem do "bom amigo" que caracterizou seu personagem na saga. A semelhança vai além de mera impressão, a julgar por entrevista de Grint concedida em abril deste ano a um grupo de jornalistas - do qual UOL Cinema fez parte - nos estúdios Leavesden, na Inglaterra. "Ao longo dos anos, acho que eu e Rony nos tornamos uma única pessoa", disse.

Desde 2001, quando apareceu em "Harry Potter e a Pedra Filosofal", o ruivinho Rony formou um simpático trio com Harry (Daniel Radcliffe) e Hermione (Emma Watson) e, na luta contra o lado mal da força (ou seja, contra Voldemort e seu grupo), acumulou fãs em várias partes do mundo. Mesmo sem perder o posto de "bonzinho", entretanto, deu aqui e ali algumas escorregadas com os amigos, como deve acontecer em "Relíquias da Morte". "Rony fica com uma paranóia de que existe algo entre Hermione e Harry", contou. A frase leva a outros pontos do filme, abordados na conversa: o romance entre ele e Hermione, que deve caminhar a passos mais largos, e um desafio maior para Grint, que poderá explorar com mais maturidade seu papel. "Foi interessante interpretar essas emoções todas", disse.

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    Rupert Grint e Daniel Radcliffe ainda crianças em "Harry Potter e a Câmara Secreta" (2002)

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    O trio Rony, Harry e Hermione em "Harry Potter e o Cálice de Fogo" (2005)

Por ora, o lado Rony do ator deve continuar em alta, já que "Relíquias da Morte" terá a primeira de suas duas partes lançada em 19 de novembro e a segunda só em 2011. Mas, como as filmagens estão concluídas, há grandes chances de ver Grint em produções distantes do universo fantástico, como aconteceu no recente "Cherrybomb" (2009), trama sobre jovens amigos que inclui sexualidade e drogas. "Acho que vou tentar fazer coisas diferentes nos próximos anos", adiantou. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

UOL CINEMA - Quais foram as cenas mais desafiadoras neste filme?
RUPERT GRINT -
Bom, tiveram algumas. Este é diferente, pois há várias cenas fora de Hogwarts. Para Rony, há momentos difíceis na primeira parte, pois ele deixa sua casa, deixa Hogwarts, fica longe da família e tem dúvidas se Harry é mesmo o “escolhido”. Também há muitas coisas físicas acontecendo, como sequências de lutas. Mas eu gostei bastante de tudo.

UOL CINEMA - Há um clima de despedida entre os atores?
GRINT -
Sim, começou a aparecer este sentimento. Vai ser bem estranho. Mas estamos na série há bastante tempo, dez anos! Vai ser legal também nos sentirmos livres quando acabar, eu acho. Vou sentir falta, mas também estou ansioso.

UOL CINEMA - Como você vê seu futuro sem Rony?
GRINT -
Ao longo dos anos, acho que eu e Rony nos tornamos uma única pessoa. Acho que ele sempre vai estar dentro de mim. Vou sentir falta, pois tenho interpretado este papel por quase metade da minha vida.

UOL CINEMA - Como você descreveria o romance de Rony e Hermione neste filme?
GRINT -
Eles chegam a outro patamar. Eu sabia pelos livros, mas não tinha imaginado ainda. Foi estranho, especialmente a parte do beijo. Mas é uma relação doce. No início, Rony fica com uma paranóia de que existe algo entre Hermione e Harry. Foi interessante interpretar essas emoções todas.

UOL CINEMA - Quais são suas melhores memórias sobre a série “Harry Potter”?
GRINT -
Não sei, são tantas, pois tanto tempo se passou. Acho que estão no primeiro filme, pois era a primeira vez que estava num set, era um novo mundo.

TRAILER DE "HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE - PARTE 1"

UOL CINEMA - Qual a diferença entre trabalhar com David Yates e os outros diretores?
GRINT -
David é ótimo. Todos foram. Cada um trouxe algo à série. Com David, ele dá muita liberdade e conhece muito bem os personagens.

UOL CINEMA - Quais são seus novos projetos no cinema?
GRINT -
Fiz “Cherrybomb”, uma história de dois melhores amigos, que foi bem legal. E foi diferente, com um orçamento bem menor. Levou um tempo para me adaptar às diferenças, especialmente com a equipe, que eu não conhecia há anos como em “Harry Potter”. Mas a experiência foi ótima.

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    Rupert Grint e a atriz Kimberley Nixon estrelam o filme jovem ''Cherry Bomb'' (2009)

UOL CINEMA - Você se incomoda de ser visto como sinônimo de Rony e de isto poder afetar o seu futuro?
GRINT -
Acho que vou tentar fazer coisas diferentes nos próximos anos. Como o personagem de “Cherrybomb”, que tinha um diferente sotaque, era fisicamente diferente. Isto me atraiu para o papel, foi um desafio.

UOL CINEMA - Qual seu livro preferido da série?
GRINT -
Acho que gosto mais do terceiro [Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban]. Mas neste [Relíquias da Morte]  há coisas legais também, que levarão a cenas de batalhas incríveis.

UOL CINEMA - Qual sua relação com os outros atores quando não estão filmando?
GRINT -
Nós nos falamos, temos uma ótima relação. Com a equipe toda na verdade, nós passamos muitos dias juntos, acabamos nos conhecendo muito bem.

UOL CINEMA - O que você diria que aprendeu como ator em "Relíquias da Morte"?
GRINT -
Neste último acho que o personagem está mais complicado. E está mais físico, eu adoro correr.

 

(A jornalista viajou para Londres a convite da distribuidora Warner Bros)