Topo

"Ela vive num outro planeta", diz atriz de "Harry Potter'' sobre Luna Lovegood

Harry Potter (Daniel Radcliffe) conversa com Luna Lovegood (Evanna Lynch) em ""Relíquias da Morte - Parte 1". No fundo, o personagem Xenofílio Lovegood (Rhys Ifans) - Divulgação
Harry Potter (Daniel Radcliffe) conversa com Luna Lovegood (Evanna Lynch) em ''Relíquias da Morte - Parte 1". No fundo, o personagem Xenofílio Lovegood (Rhys Ifans) Imagem: Divulgação

THAÍS FONSECA

Enviada especial a Londres*

14/11/2010 07h00

Aos 14 anos, Evanna Lynch virou notícia no mundo inteiro ao ser escolhida entre milhares de fãs da série para entrar no time de "Harry Potter". Na época, a garota irlandesa saiu do anonimato para interpretar nas telas a "exótica" Luna Lovegood, sua personagem favorita dos livros. "Ela é diferente, vive num outro planeta, nunca está preocupada", definiu a atriz, durante uma entrevista a um grupo de jornalistas de várias partes do mundo nos estúdios Leaveasden, na Inglaterra, em abril deste ano, do qual o UOL Cinema fez parte.

Apesar de ter entrado depois da maior parte do elenco jovem - ela estreou em "A Ordem da Fênix" (2007), quinta produção ,- Lynch fala com segurança sobre seu papel e não escapa da fatídica pergunta: "Como será viver sem ele?". Com voz baixa e doce - características que também viraram uma marca de Luna -, não esconde a decepção com o fim da saga. "Estou triste por deixá-la, ela tem tanta influência sobre mim e foi uma ajuda para que eu me soltasse mais'", contou.

  • Divulgação

    Luna Lovegood (Evanna Lynch) é conhecida pelo visual exótico em ''Harry Potter''. Na foto, a personagem em ''Enigma do Príncipe''

O efeito da desinibição que a personagem impôs à intérprete tem um bom exemplo em "Relíquias da Morte - Parte 1". Uma das cenas engraçadas da história, apontadada por Lynch, mostra Luna e Xenofílio Lovegood numa dança bem peculiar durante o casamento de Gui Weasley e de Fleur Delacour. Com a entrada de seu pai na trama, Luna ganha um parceiro que tem um jeito e um visual tão excêntricos quanto os dela. "Foi bom ver outro ator usando roupas estranhas no set, porque antes eu era a única", brincou. O sétimo filme estreia em 19 de novembro. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

UOL CINEMA - Você diria que tem a mesma personalidade de Luna Lovegood?
EVANNA LYNCH-
Acho que não. Eu diria que me inspiro bastante nela. Não diria que sou Luna, mas tenho uma “cabeça aberta” como ela. E que sou um pouco mais séria e falante.

UOL CINEMA - O pai de Luna, o Sr. Xenofilio Lovegood (Rhys Ifans), faz parte do sétimo filme. O que você diria sobre ele?
LYNCH -
Quando você o vê no filme percebe que tudo que pensava sobre Luna faz sentido (risos). Mas ele não é tão sábio quanto ela, que é mais centrada. Ele só tem Luna. Sua mulher morreu e ele só tem a filha. De certa forma, ele sente que precisa dela, mas ela é mais “livre” que ele. Ao mesmo tempo ele é bem engraçado no filme, usa umas roupas diferentes. Foi bom ver outro ator usando roupas estranhas no set, porque antes eu era a única (risos). Enquanto as pessoas usavam roupas normais, a Luna sempre usava algo estranho que ela mesma tinha feito (risos).

UOL CINEMA - Como foi trabalhar com o ator Rhys Ifans?
LYNCH -
Foi bem legal. Surgiu um “sentimento Lovegood” em estar com ele, um ator nada pretensioso. Há atores que o fazem o que tem que fazer no set e vão embora, não querem conversar com ninguém, mas ele não, conversava com todo mundo.

UOL CINEMA - Dizem que você é muito fã de “Harry Potter”. Você começou pelos filmes ou pelos livros?
LYNCH -
Pelos livros. Comecei a ler a série quando tinha cerca de oito anos, ainda estavam em negociações para o primeiro filme.

TRAILER DO FILME ''HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE - PARTE 1"

UOL CINEMA - E como você via a personagem Luna quando era apenas uma leitora?
LYNCH -
Ela era minha favorita. No livro, enquanto Harry está sempre preocupado com o que acontecerá em seguida, Luna está sempre pensando no que fazer e em como ajudar. Ela é diferente, vive num outro planeta, nunca está preocupada. Ela funciona como um respiro aos vários momentos de tensão do livro. Luna pode ser uma inspiração para adolescentes por que ela tem personalidade, e é difícil ser você mesmo nessa fase da vida . Harry, por exemplo, acho que muda do quinto para o sexto livro. Ele vai deixando de se importar tanto em impressionar as pessoas. Acho que Luna tem uma influência nisso. As pessoas deveriam prestar mais atenção nela.

UOL CINEMA - Há uma dança de Luna no sétimo filme. Como foi?
LYNCH -
Foi muito divertido. Havia coreógrafos para a dança do casamento, estavam todos dançando de uma forma suave. Mas Luna e o pai começam a dançar do jeito deles. Então todos deixam a pista (risos).

UOL CINEMA - E você gosta de dançar?
LYNCH -
Eu amo dançar. Acho muito importante dançar. As pessoas costumam achar estranho quando eu digo isso, mas acho libertador. Muita gente não vê conexão entre o próprio corpo e a mente. Quando comecei a fazer os filmes era bem mais tímida, mas quando eu comecei a dançar passei a me soltar mais.

UOL CINEMA - Você pratica que tipo de dança hoje?
LYNCH -
Balé e jazz. Também gosto bastante de dança contemporânea e do jeito de dançar de Michael Jackson (risos). Eu tento praticar, embora seja complicado com tantas idas e voltas [da Irlanda para a Inglaterra]. Estou tentando entrar para uma faculdade de dança aqui em Londres, inclusive. É um curso de cerca de três anos.

UOL CINEMA - Como você está reagindo agora que o fim dos personagens está próximo?
LYNCH -
Estou triste por deixá-la, ela tem tanta influência sobre mim e fez com que eu me soltasse mais. Vou sentir saudade.

UOL CINEMA - Você ficou surpresa quando soube que este filme seria dividido em dois?
LYNCH -
Não, fiquei contente. Acho que deviam ter feito o mesmo com outros livros, que eram tão grandes. Foi impressionante como eles arrumaram tudo dentro de um só filme. Mas neste último não há muito alívio, muitas coisas acontecem.

UOL CINEMA - Você tem planos para continuar atuando?
LYNCH -
Sim, seria legal. Aprendi tanto com estes e conheci meus melhores amigos aqui. Se eu não tivesse feito o filme teria a cabeça mais fechada, na Irlanda há menos coisas acontecendo. Eu sinto que as oportunidades são menores lá. Atualmente há muitos jovens com ambições de produzir e dirigir, mas acho atuar muito bom para conhecer outras pessoas e aprender com as críticas. Você fica exposto a novas coisas o tempo todo.

UOL CINEMA - Você tem uma cena favorita neste filme?
LYNCH -
Não vi muitas cenas ainda, mas a do casamento é ótima. Foi legal ver todo mundo bem vestido. E nós pudemos curtir como se estivessemos numa festa de verdade.

 

* (A jornalista viajou para Londres a convite da distribuidora Warner Bros)