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Carlos Reichenbach anuncia novo filme em Brasília e sonha com soprano Barbara Hendricks no elenco

Carlos Reichenbach, homenageado no Festival de Brasília, ganha beijo da produtora Sara Silveira (22/11/2010) - Aline Arruda/ Divulgação
Carlos Reichenbach, homenageado no Festival de Brasília, ganha beijo da produtora Sara Silveira (22/11/2010) Imagem: Aline Arruda/ Divulgação

NEUSA BARBOSA

Do Cineweb

24/11/2010 15h24

Homenageado na abertura do 43º Festival de Cinema de Brasília, nesta terça (23), em que a atração foi a cópia restaurada de seu filme “Lilian M. – Relatório Confidencial” (1974), o diretor gaúcho-paulista Carlos Reichenbach anunciou seu próximo projeto, que já está começando a decolar: “O Anjo Desarticulado”, em que ele enfrenta, pela primeira vez em sua carreira, a questão mística.

Explicando, na coletiva de imprensa desta manhã, o espírito da história, que ele vem desenvolvendo há dez anos, Carlão definiu: “Quero fazer um filme sobre o êxtase”. Nada a ver com a onda espírita que vem dominando o cinema brasileiro este ano, como ele faz questão de assinalar. “Não quero fazer um filme protestante, nem católico, nem espírita. É o encontro de Fausto com Deus”, resume.

Para quem quiser procurar pistas do que será este novo longa, elas podem ser procuradas no curta “Equilíbrio e graça”(2002), em que o cineasta retratou o encontro entre um monge católico e o pai do zen-budismo. O curta, segundo Carlão, “é um esboço” do que “O Anjo Articulado” deverá ser.

Um dos vencedores do Prêmio Estímulo do Ministério da Cultura para o desenvolvimento de projetos, “O Anjo Desarticulado” deve ser filmado em cinco cidades do oeste paulista, dentre elas, Dois Córregos, Torrinha, Brotas e Bocaina. É na capela de Bocaina, aliás, que Carlão sonha com uma das grandes cenas deste seu futuro filme – ele quer que a soprano norte-americana Barbara Hendricks (vista em filmes como “Aproximação”, de Amos Gitai) cante nessa capela. Um sonho que a produtora Sara Silveira promete empenhar-se para realizar. Ainda não há previsão de início das filmagens.

Incansável apesar de recentes abalos de saúde – depois de superar problemas cardíacos, o cineasta ainda vai encarar em breve uma operação na vista -, Carlão diz: “Se eu pudesse, faria um filme a cada cinco meses. Idéias não me faltam”. Um dos sonhos que ele acalanta é um filme de horror. “Mas há muitas outras ousadias que eu gostaria de experimentar”.