Com ótimas atuações, ''O Discurso do Rei'' é forte concorrente a melhor filme de drama
ANA MARIA BAHIANA
Especial para o UOL, de Los Angeles, EUA
15/01/2011 07h00
Em quase toda temporada de prêmios existe um pequeno filme que vem correndo por fora e ameaça os favoritos. Em geral ele é britânico ou independente, com atores espetaculares e uma história sobre grandes obstáculos sendo vencidos. E 2011, a vaga é ocupada por "O Discurso do Rei", o filme de Tom Hooper (The Damned United, a minissérie John Adams) sobre o príncipe Albert (pai da rainha Elisabeth) e sua gagueira aparentemente incurável.
Desde sua estreia, em dois festivais que costumam dar o tom para a temporada de prêmios – Telluride e Toronto – "O Discurso do Rei" mostrou ser um favorito, cativando espectadores que acharam "A Origem" muito complicado, "Cisne Negro" muito assustador e "A Rede Social" muito frio. Tudo em "Discurso" convida à unanimidade: nada é muito complexo ou assustador; há uma grande vitória no final; os atores são soberbos; e é um novo olhar sobre uma nota ao pé da página da história (europeia, o que já é ponto a favor; britânica, ainda melhor).
As bolsas de apostas de Las Vegas colocam "A Rede Social" como o franco favorito dos Globos na categoria drama, e não discordo - ainda é o filme na pole. Mas não me surpreenderia em nada com uma vitória de "O Discurso do Rei".
A categoria comédia/musical está fraquíssima este ano e, por mérito, há apenas um filme que deveria levar o Globo de Ouro: "Minhas Mães e Meu Pai". Todo o resto seria mais que uma surpresa - seria um susto. Embora "O Turista" tenha muitos fãs entre os votantes europeus…
Na animação, dificilmente o Globo não irá para "Toy Story 3". E, graças sobretudo à atuação de Javier Bardem, "Biutiful" é o favorito entre os filmes estrangeiros, embora "Io Sono L’Amore" e o russo "The Edge" tenham muitos admiradores.