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Dirigido por cineasta premiada, "The Future" provoca boas risadas no início, mas decepciona no final

A cineasta e atriz Miranda July participa de sessão de fotos de ""The Future"" com os atores Hamish Linklater (à esquerda) e David Warshofsky (15/02/2011) - Getty Images
A cineasta e atriz Miranda July participa de sessão de fotos de ''The Future'' com os atores Hamish Linklater (à esquerda) e David Warshofsky (15/02/2011) Imagem: Getty Images

ALESSANDRO GIANNINI

Enviado especial a Berlim

15/02/2011 13h20

Cineasta, artista plástica e escritora, Miranda July ganhou fama em 2005 com "Eu, Você e Todo Mundo", seu primeiro longa-metragem de ficção. Ganhadora do Prêmio Especial do Júri no Festival de Sundance e de quatro prêmios no Festival de Cannes - incluindo o Camera D'Or, concedido aos melhores filmes de cineastas estreantes -, July logo se tornou um símbolo do cinema americano de invenção. Seu segundo filme, "The Future", exibido na manhã desta terça (15) no Festival de Berlim, era uma das apostas da comissão de seleção. E, apesar de um início promissor, o desenvolvimento dessa comédia romântica heterodoxa acaba caindo no vazio.

"The Future" gira em torno de um jovem casal Sophie (July) e Jason (Hamish Linklater) que vive em um pequeno apartamento em Los Angeles e sobrevive de subempregos. Quando o gato de ambos - e também narrador do filme - adoece e recebe um prognóstico de seis meses a cinco anos de vida, eles decidem deixar os empregos, abandonar a internet e abraçar os sonhos. Enquanto ele opta por dar uma chance ao destino, ela investe em um sonho antigo: criar uma coreografia original. Mas ambos se frustram e se afastam, até que ela encontra um amante.


Com humor e uma atitude positiva diante dos problemas dos personagens, "The Future" angariou risos e muita simpatia. Mas não chega a ser um prodígio, a não ser que o júri capitaneado por Isabella Rosselini veja além do que as imagens mostram. July disse, na entrevista coletiva que se seguiu à sessão do filme esta manhã, que sua inspiração foi o esforço de viver e encarar a vida cotidianamente. "Não é tanto a sensação de nostalgia e perda causada pela separação que me interessava, mas essa vontade de parar o mundo para descer que às vezes toma conta da gente", explicou.